ATA DA CENTÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 11-12-2003.

 


Aos onze dias do mês de dezembro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Nonagésima Segunda Sessão Ordinária e da Quadragésima Primeira, Quadragésima Segunda, Quadragésima Terceira, Quadragésima Quarta, Quadragésima Quinta, Quadragésima Sexta, Quadragésima Sétima, Quadragésima Oitava, Quadragésima Nona e Qüinquagésima Sessões Solenes, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, a Emenda n° 02 ao Projeto de Lei do Legislativo n° 114/02 (Processo n° 1913/02); pelo Vereador Bernardino Vendruscollo, o Projeto de Lei do Legislativo n° 476/03 (Processo n° 6751/03); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 2757, 2758, 2759, 2760, 2761, 2762, 2763, 2764, 2765, 2766, 2767, 2768, 2769, 2770, 2771, 2772, 2773, 2774, 2775, 2776, 2777, 2778, 2779, 2780, 2781, 2782, 2783, 2784, 2785, 2786, 2787, 2788, 2789, 2790, 2791, 2792, 2793, 2794, 2795 e 2796/03 (Processos nos 6782, 6783, 6784, 6785, 6786, 6787, 6788, 6789, 6790, 6791, 6792, 6793, 6794, 6795, 6796, 6797, 6798, 6799, 6800, 6801, 6802, 6803, 6804, 6805, 6806, 6807, 6808, 6809, 6810, 6811, 6812, 6813, 6814, 6815, 6816, 6817, 6818, 6819, 6820 e 6821/03, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 74523, 79582 e 89155/03, do Senhor Hermes Ricardo Matias de Paula, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Após, o Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do Dia do Engenheiro e registrou as presenças do Senhor Geraldo Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; do Senhor Luiz Roberto Andrade Ponte, Secretário Estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais; e do escritor Luiz Coronel, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra aos Senhores Geraldo Stédile e Luiz Coronel, que discorreram sobre a atuação do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre e procederam à entrega, aos Senhores Vereadores, de exemplares do livro “Depoimentos Eméritos de Cidadãos de Porto Alegre”, informando que estão à disposição dos interessados, na sala trezentos e oitenta e um deste Legislativo, exemplares dessa obra. Na ocasião o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores David Iasnogrodski, Eurico Trindade Neves, Laslo Bohm, Cláudio Ferraro e Eugênio Machado. Também, registrou o transcurso, hoje, do Dia do Arquiteto. Às quatorze horas e dezoito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e vinte e um minutos, constatada a existência de quórum. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou informações acerca das inscrições para o uso do período de Comunicações da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel, mencionando a presença, na Casa, de integrantes do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, convidou para Sessão Solene a ser realizada hoje, às dezenove horas, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Luiz Vicente Dutra, citando Sessão Solene realizada no dia nove de dezembro do corrente, para entrega desse Título ao jornalista Antônio Gilberto Lehnen. A seguir, foram apregoadas as seguintes Emendas e Subemendas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 009/03 (Processo n° 5348/03): Emendas de n° 27, de autoria do Vereador Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB; de n° 28, de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia, Líder da Bancada do PSB; de n° 29, de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo, Líder da Bancada do PSDB; de n° 30, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL; de n° 31, de autoria do Vereador Wilton Araújo, Líder da Bancada do PPS; Subemenda de n° 01, proposta pelo Vereador João Carlos Nedel e assinada pelo Vereador Pedro Américo Leal, Líder da Bancada do PP, à Emenda nº 16; Subemenda n° 01, de autoria do Vereador Pedro Américo Leal, Líder da Bancada do PP, à Emenda n° 22. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças da ginasta Daiane dos Santos; do Senhor Antonio Fontoura, Presidente da Federação Riograndense de Ginástica; da Senhora Vera Brusque, Diretora de Ginástica Olímpica e Ginástica Rítmica do Grêmio Náutico União, e da Senhora Adriana Rita Alves, Técnica de Ginástica Olímpica, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Bosco Vaz saudou os convidados presentes a esta Casa, declarando que a solenidade de hoje significa o reconhecimento da Cidade de Porto Alegre ao talento, à competência e à perseverança da ginasta Daiane dos Santos. Ainda, salientou que esse reconhecimento se estende à equipe que garantiu os resultados positivos alcançados por Daiane dos Santos, os quais divulgaram o esporte gaúcho em âmbito nacional e internacional. A seguir, foram entregues lembranças à ginasta Daiane dos Santos e à sua equipe e, em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à ginasta Daiane dos Santos, que agradeceu a homenagem hoje prestada por esta Casa. Às quatorze horas e cinqüenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Juarez Pinheiro referiu-se à presença, neste Legislativo, da ginasta Daiane dos Santos. Ainda, teceu considerações acerca do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, o qual se encontra na Ordem do Dia da presente Sessão, e contestou pronunciamentos efetuados ontem pelos Vereadores Sebastião Melo e Luiz Braz, quanto à liminar concedida pela 2ª Vara da Fazenda Pública, referente ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03. O Vereador Luiz Braz reportou-se ao pronunciamento realizado anteriormente pelo Vereador Juarez Pinheiro, sobre a concessão de liminar para suspensão da vigência da Emenda nº 12, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03, aprovada por este Legislativo, procedendo a questionamentos quanto à forma como a solicitação dessa liminar foi encaminhada pelo Vereador Juarez Pinheiro e deferida pela 2ª Vara da Fazenda Pública. O Vereador Zé Valdir discorreu sobre o processo de escolha do local para instalação de uma pista de eventos em Porto Alegre, salientando que a opção pela Avenida Plínio Kröeff, na área do Porto Seco, foi definida através de Projeto aprovado por este Legislativo. Nesse sentido, defendeu a construção dessa obra, solicitando o esforço conjunto de todos os Vereadores para que seja garantida a entrega à Cidade desse espaço cultural. A Vereadora Maria Celeste avaliou Projetos aprovados durante o corrente ano nesta Casa e destacou ações do Executivo Municipal, tais como a realização do III Fórum Social Mundial e atividades nas áreas da infância e juventude. Nesse sentido, lembrou que Porto Alegre é a Capital de maior índice de alfabetização do País e debateu o primeiro ano de governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República. Na ocasião, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Maristela Maffei, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento da Suplente Berna Menezes em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Maristela Maffei. Em continuidade, foi apregoada a Emenda nº 32, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 009/03 (Processo nº 5348/03). Após, foram apregoados Requerimentos, de autoria do Vereador Aldacir Oliboni e da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando renovação de votação, respectivamente, para o Projeto de Lei do Legislativo n° 237/01 (Processo nº 3482/01) e para o Projeto de Lei do Legislativo n° 216/99 (Processo nº 3855/99). Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia, Líder da Bancada do PSB, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 010/03 (Processo nº 5347/03). A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/03 (Processo nº 6587/03) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Na ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 009/03: de nº 33, de autoria do Vereador Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB; de nº 34, de autoria do Vereador Wilton Araújo, Líder da Bancada do PPS; de nº 35, de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, Líder da Bancada do PDT; de nº 36, de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo, líder da Bancada do PSDB, e de nº 37, de autoria do Vereador Sebastião Melo, Líder da Bancada do PMDB. A seguir, o Vereador Valdir Caetano manifestou-se a respeito da ordem dos trabalhos da presente Sessão, informando que utilizará a Comunicação de Líder do dia quinze de dezembro do corrente para se manifestar acerca de críticas feitas à Igreja Universal do Reino de Deus pelo jornalista Rogério Mendelski. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 009/03, com ressalva das Emendas e Subemendas a ele apostas, por trinta e um votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Sebastião Melo, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Carlos Alberto Garcia, Elói Guimarães, Luiz Braz e Cláudio Sebenelo e encaminhado à votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Sebastião Melo, Carlos Alberto Garcia, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Valdir Caetano, Wilton Araújo e Zé Valdir. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 009/03, os Vereadores Ervino Besson, Haroldo de Souza, Elias Vidal, Dr. Goulart e João Bosco Vaz cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Isaac Ainhorn, Sebastião Melo, Elói Guimarães, Luiz Braz e Cláudio Sebenelo. Também, face Questões de Ordem formuladas pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão e, face Questão de Ordem do Vereador João Carlos Nedel e manifestação do Vereador Reginaldo Pujol, prestou esclarecimentos acerca da ordem de votação das Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas com parecer favorável e não-destacadas, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, de nos 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 22 e 23, tendo o Senhor Presidente declarado prejudicadas as Emendas nos 26, 29 e, parcialmente, a Emenda nº 30, em decorrência da aprovação da Emenda nº 23, e a Emenda nº 37, em decorrência da prejudicialidade da Emenda nº 26. Também, foi declarada parcialmente prejudicada a Emenda 27, em decorrência da aprovação da Emenda nº 16. Na oportunidade, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Sebastião Melo e Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente prestou informações acerca da votação das Emendas nos 26 e 37, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 17, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por dezoito votos SIM e quatorze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion, Renato Guimarães, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 18, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por três votos SIM, vinte e um votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Marcelo Danéris, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Elias Vidal, Haroldo de Souza e Sebastião Melo, Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Darci Campani, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e Zé Valdir e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão e Isaac Ainhorn. Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando a redução do tempo de encaminhamento à votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, de cinco para três minutos. Foram votadas destacadamente e aprovadas as Emendas nos 19 e 20, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 21, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por quatorze votos SIM, doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir e tendo optado pela Abstenção o Vereador Wilton Araújo. Na ocasião, o Senhor Presidente declarou prejudicada a Emenda nº 24, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, em razão da aprovação da Emenda nº 21. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 25, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Na ocasião, o Senhor Presidente declarou prejudicada a Emenda nº 33, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, em razão da aprovação da Emenda nº 04. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 34, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por treze votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador João Carlos Nedel, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, Elói Guimarães, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir. Na ocasião, face Questões de Ordem formuladas pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem de votação estabelecida para Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Ainda, o Vereador Reginaldo Pujol formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão, para reunião do Colégio de Líderes, a fim de que fosse reorganizada a ordem de votação das Emendas de Líder apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Foi votada destacadamente e rejeitada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 16, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por doze votos SIM e dezesseis votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Carlos Nedel e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, Elói Guimarães, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Valdir Caetano e Zé Valdir. Na ocasião, o Vereador Pedro Américo Leal registrou sua intenção de votar favoravelmente à Emenda nº 21, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Foi votada destacadamente e rejeitada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 22, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por dezesseis votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion, Renato Guimarães, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi rejeitada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 06, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por dezesseis votos SIM e quatorze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion, Renato Guimarães, Valdir Caetano e Zé Valdir. Na ocasião, o Senhor Presidente declarou que a Emenda nº 27, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, a ser votada a seguir, está parcialmente prejudicada, em decorrência da aprovação da Emenda nº 16. Foi aprovada a Emenda nº 27, em sua parte não-prejudicada, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Foi aprovada a Emenda nº 28, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por vinte e três votos SIM e dois votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Zé Valdir e Não os Vereadores Haroldo de Souza e Luiz Braz. Na oportunidade, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente declarou parcialmente prejudicada a Emenda nº 30, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Foi aprovada a Emenda nº 30, em sua parte não-prejudicada, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Na ocasião, o Vereador Wilton Araújo manifestou-se acerca do teor da Emenda nº 31, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, solicitando aos Senhores Vereadores que votem contrariamente a essa Emenda, em virtude da existência de um erro de redação e da impossibilidade de sua retirada de tramitação. Foi rejeitada a Emenda nº 31, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03. Foi aprovada a Emenda nº 32, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol. A seguir, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Foi aprovada a Emenda nº 35, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por dezessete votos SIM e treze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Renato Guimarães, Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi aprovada a Emenda nº 36, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/03, por dezessete votos SIM e doze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Juberlei Bacelo, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Renato Guimarães, Valdir Caetano e Zé Valdir. Na oportunidade, face Questões de Ordem formuladas pelo Vereador Juarez Pinheiro, acerca da não-inclusão do nome de Sua Excelência na convocação da Reunião de Instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito a ser instaurada na Casa com o objetivo de investigar denúncias de problemas na área da saúde pública do Município, e pelo Vereadores Juarez Pinheiro e Cláudio Sebenelo, acerca dos prazos regimentais para a convocação dessa Reunião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o assunto. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 122/02, com ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e dois votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Valdir Caetano, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Wilton Araújo e Zé Valdir. Na ocasião, o Vereador Ervino Besson registrou sua intenção de votar favoravelmente ao Projeto de Lei do Legislativo nº 122/02. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 122/02. Às dezoito horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezoito horas e cinqüenta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Após, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Juarez Pinheiro e Cláudio Sebenelo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da possibilidade de adiamento da Reunião de Instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito a ser instaurada na Casa com o objetivo de investigar denúncias de problemas na área da saúde pública do Município. Às dezenove horas e três minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada na próxima segunda-feira, às nove horas e trinta minutos. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib, Elói Guimarães, Maria Celeste e Pedro Américo Leal, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Vereadores presentes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão abertos os trabalhos.

Hoje é o Dia do Engenheiro, e, nas pessoas do Engº. Wilton Araújo e do meu colega de turma Luiz Roberto de Andrade Ponte eu quero cumprimentar todos os engenheiros porto-alegrenses, gaúchos e brasileiros.

Hoje, também, Srs. Vereadores, temos o comparecimento do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, que tantos serviços presta, e que nos fará uma homenagem, entregando a cada um dos Srs. Vereadores um livro de autoria de diversos Cidadãos Honorários desta Cidade. Portanto, eu convido para compor a mesa o nosso Presidente Geraldo Stédile; o nosso escritor, amigo e Cidadão de Porto Alegre Luiz Coronel; o nosso Engº. Luiz Roberto de Andrade Ponte, que recebeu a homenagem para os engenheiros de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

Por falar em Porto Alegre, um abraço especial para o Engº Alcindo Guanabara Porto Alegre.

O Sr. Geraldo Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, está com a palavra.

 

O SR. GERALDO STÉDILE: Minhas concidadãs e meus concidadãos, eu não vou poder nomear as personalidades ilustres que estão aqui acompanhando o Ponte, porque iríamos perder tempo. Aproveito esses 2 minutos concedidos pelo Dr. Dib para cumprimentar os senhores. Os Vereadores têm-nos amparado, têm sido nossos amigos em todos os momentos, e, na pessoa do Dr. Dib, nós tivemos um amparo excepcional. Além de eu o conhecer há 50 e tantos anos, guardei dele uma imagem inolvidável. Quando eu era Vereador, fui ao DMAE porque precisava resolver um problema, não me lembro qual. E naquela hora mesmo ele disse: “Vamos fazer isso“. Eu pensei: “Mas que homem decidido num mundo de gente que não decide, que tem medo de enfrentar os problemas!”, ele teve essa atitude, e eu guardei isso. E tem mantido essa atitude quando eu o procuro ainda hoje. Qualquer atividade, qualquer trabalho que precisamos, sempre estamos trabalhando juntos. Esse é o espírito que nós queremos ter, de trabalharmos juntos. Ideamos fazer um livro em que o Ponte - que se diz cearense, mas que é mais gaúcho do que cearense agora, que é dono do Estado, uma pessoa simpaticíssima – escreve com mais 48 autores Cidadãos Eméritos e Honorários de Porto Alegre. Há argumentos de grande valor: Fernando da Fonseca, Eduardo Vianna Pinto, Dr. Luiz Roberto Ponte, Luiz Coronel, Lia Luft, Wrana Panizzi, Ivo Nesralla... Até que estou bom de memória hoje! Vocês vêem que aqui há um grupo de gente excepcional que compôs conosco esse livro, de cento e tantas páginas, com uma vista muito bonita do pôr-do-sol de Porto Alegre, onde se sobressai o distintivo da Cidade, o qual terei de fazer mais porque a procura tem sido muito grande!

Nós, então, queremos agradecer a sua colaboração, Dr. Dib. Gostaria que fosse o fim do meu mandato, mas estamos começando outra empreitada, um outro ano, em que queremos manter esse diálogo, essa convivência, esse espírito de solidariedade e de compreensão.

Agradecemos a cada um dos Vereadores, e agora, enquanto o Coronel vai falar em nome do Conselho, será distribuído para cada Vereador, graciosamente, esse livro.

Com a palavra o nosso querido representante máximo, que fala por todos, fala muito bem, é um poeta nato, um amigo do peito – Luiz Coronel.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O ex-Vereador Geraldo Stédile aprendeu que o relógio funciona, mas o nosso Secretário fala em nome dos Cidadãos Honorários e dos Cidadãos Eméritos de Porto Alegre.

O Sr. Luiz Coronel está com a palavra.

 

O SR. LUIZ CORONEL: Presidente Dib, Sr. Vereadores, Ver.ª Margarete Moraes, a quem saúdo pelo caminho que se entreabre para nova Presidência. Um escritor não passaria pelos cargos administrativos do Conselho sem deixar um livro. Procuramos testemunhar alguns dados, alguns depoimentos sobre a Cidade que tanto amamos. Há uma certeza comum em todos nós: nós não seríamos os mesmos e nossas vidas não seriam as mesmas se não houvesse esse diálogo fértil e fundamental do homem com o livro. “Os livros são meus pássaros, com eles eu aprendi a voar. E uma biblioteca é um imenso espelho, no qual eu vi o universo refletido” - foram as frases de Jean Paul Sartre, no livro “As Palavras”. O livro é fundamental fator de consciência numa sociedade cada vez mais dominada pela frivolidade. O livro é um depoimento consistente, subsistente, por isso realizamos um livro. Quando Gutenberg coloca o livro em pauta, e sai o domínio do livro dos monges, o Cardeal Cláudio Frollo, da Catedral Notre Damme, de Paris, apontou para o livro e apontou para a catedral e disse: Ceci tuera celá, ou seja, isso é capaz de matar aquilo. Mas o mundo continuou e o livro se impõe no tempo como fundamental depoimento da experiência humana. A própria Inglaterra se assustava com o livro, e os professores da universidade procuravam proibir o livro, porque ia matar as cátedras.

Sempre que surgem regimes ditatoriais, a primeira experiência é a grande fogueira dos livros, porque nele estão os projetos, estão os sonhos e são as críticas que fazem os homens lúcidos, que fazem os homens proponentes do futuro. Apressado, Mac Lunhan disse que nós entraríamos numa nova galáxia, a galáxia virtual, e que o livro teria o seu epitáfio. Mas o homem, como disse Pascal, é como se fosse todos os homens num único homem, que sempre aprende e nunca deixa de aprender. E o livro traz, há cinco séculos, a nossa história, com todos os sonhos e todos os seus pesadelos. Numa frase memorável, Jorge Luiz Borges disse que a espada e o arado eram extensão do braço e que o livro é uma extensão da memória e da imaginação humana. Somente um escritor como Borges teria essa percepção tão aguda e tão profunda. Quando escolhemos, no Conselho, fazer esse pequeno livro, esse depoimento sobre Porto Alegre, dois desejos nos balizaram: um, a demonstração de profundo afeto pela Cidade; dois, revelar que, dentro desse conceito, há homens com consciência crítica, homens proponentes.

Cabe dizer, encerrando, que, entre os livros, não há maus livros nem livros imorais; há livros bem escritos e maus livros, maus escritos. Aqui estão os nossos Conselheiros, mostrando que nós temos hábeis escritores.

Gostaria de dizer que livro não se compra em metro, mas compram-se livros pela sua profundidade. Gabriel García Márquez dizia que mais importante do que ler é reler. Leiam e releiam os depoimentos dos nossos concidadãos.

Termino este breve depoimento de elogio ao livro, dentro do espaço de quatro minutos, com um texto de Castro Alves: “Oh, bendito quem semeia livros, livros à mão cheia, e manda o povo pensar. O livro caído na alma é germe que faz a palma, é chuva que faz o mar”. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vejo, entre os Cidadãos Honorários e Eméritos presentes o Engº. David Iasnogrodski. O Engº. Luiz Roberto Ponte e eu mandamos um abraço muito grande para o nosso mestre Eurico Trindade Neves, que também aqui está. Nós dois fomos alunos desse magnífico Engenheiro.

Nós queremos nesta oportunidade, Presidente Stédile, agradecer não apenas o livro que os Vereadores recebem hoje, que a Cidade recebe hoje, mas também o trabalho constante dos Conselheiros, todos sempre presentes, todos sempre muito atentos para darem a sua contribuição ao desenvolvimento e ao crescimento desta Cidade que nós todos tanto amamos.

Também chega lá o Engº. Laslo Bohm. E a Diretoria Legislativa me alertou, mas eu não tinha feito - eu acho que de propósito, porque há aquela coisa do engenheiro e do arquiteto – o registro de que hoje também é o Dia do Arquiteto, porque a lei que estabeleceu as regras para ser engenheiro ou arquiteto foi editada no mesmo dia. Então, o Engenheiro Cláudio Ferraro recebe o abraço para todos os arquitetos, e o Eugênio Machado, Vice-Presidente do Conselho, já se preparou e já abraçou o Cláudio Ferraro.

Então, quero agradecer, mais uma vez, como eu disse, não só o livro, mas a contribuição permanente do Conselho. Quero dizer que, para nós, sempre é uma honra saber que o Conselho se reúne aqui e que, a cada dia, procura novas soluções. Tenho certeza de que todos os Srs. Vereadores farão uma leitura, e leitura deliciosa, com exceção daquele que escreve aí, mas não é Cidadão Honorário. Saúde e paz!

 

O SR. GERALDO STÉDILE: Nós queremos comunicar que o nosso livro está à disposição, quantos livros quiserem, na sala 381, 2º andar do prédio da Câmara de Vereadores. Muito obrigado, Presidente, pela sua bondade e pelo conforto que nos tem dado para trabalharmos aqui com uma pessoa com a sua personalidade.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h18min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 14h21min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

No período de Comunicações de hoje nós teremos uma pequena alteração. Estão inscritos, em primeiro lugar, os Vereadores Isaac Ainhorn e João Bosco Vaz. A presidência reserva os dois tempos, porque o Ver. João Bosco convidou a nossa campeã Daiane para que faça uma visita à Câmara, e ele utilizará, no momento em que ela chegar, os dois tempos.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há pouco, neste plenário, tivemos um momento muito importante, os cidadãos honorários e eméritos desta Cidade vêm aqui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, apresentar os seus depoimentos, neste livro (Mostra o livro.) que, de antemão, posso dizer que é sensacional, porque retrata experiências, retrata vidas, retrata histórias, retrata construção para um mundo melhor. E eu vejo aqui tantas pessoas importantes: meu amigo Eugênio Machado, que há anos luta para que Porto Alegre cresça no aspecto turístico, porque ele sabe que o turismo é o ramo da economia que mais gera emprego e impostos, e tristemente não temos nenhuma prioridade, meta ou atenção ao turismo em Porto Alegre; parece que ainda vivemos no século retrasado, nem no século passado; o século passado faz pouco tempo que encerrou.

Vimos também, aqui entre nós, o Dr. Eduardo Vianna Pinto, de inúmeros trabalhos apresentados à sociedade, desde a Associação dos Juristas Católicos, desde a nossa Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa, que leva Cristo ao mundo empresarial, dizendo que Cristo pode melhorar e incentivar o mundo dos negócios na base da ética, na base da seriedade, na base da honestidade. E esse mesmo Dr. Eduardo também presta os seus serviços como Presidente da Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre, que reúne toda a atividade social da nossa Arquidiocese. E assim tantos outros; outros que recentemente nos deixaram, como o Dr. Guilherme Landel de Moura, que recentemente faleceu e que trouxe inúmeros trabalhos, incentivos à sociedade; um homem de mais de 90 anos trabalhando em prol da comunidade, trabalhando em prol de Porto Alegre. São exemplos, e eu poderia folhear aqui Luiz Coronel, tantas pessoas importantes; Sérgio Kaminski, um empreendedor, também ex-Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa; Sanzi Biagio, que veio da Itália para melhorar a nosso Porto Alegre; Dr. Paulo Vellinho. Então, tantas pessoas de expressão, Dr. Nelson Heller, nosso grande cirurgião; Dr. Moacir Marques, são pessoas, são personalidades que elevam a nossa Cidade.

E esse é o meu último período das Comunicações deste ano legislativo. Eu queria salientar que, dentre os Cidadãos Honorários de Porto Alegre, hoje, se homenageia, à noite, o grande Luiz Vicente Dutra, como anteontem homenageamos, ao meu Projeto, o Antônio Gilberto Lehnen, que também tantos trabalhos construiu nesta Cidade, que veio lá de sua querida Taquara e melhorou Porto Alegre, melhorou a sociedade, melhorou as famílias. Um homem que traz, realmente, o bem para a nossa querida Porto Alegre.

Portanto, Sr. Presidente, hoje, temos muito a louvar e a agradecer a essas pessoas que ajudam a construir e a melhorar a nossa querida Cidade. Meus parabéns.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregoamos a Emenda nº 27, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, ao PLCE nº 009/03.

Apregoamos a Emenda nº 28, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, ao PLCE nº 009/03.

Apregoamos a Emenda nº 29, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, ao PLCE nº 009/03.

Apregoamos a Emenda nº 30, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, ao PLCE nº 009/03.

Apregoamos a Emenda nº 31, de autoria do Ver. Wilton Araújo, ao PLCE nº 009/03.

Apregoamos a Subemenda nº 01 à Emenda nº 16, proposta pelo Ver. João Carlos Nedel, ao PLCE nº 009/03.

Apregoamos a Subemenda nº 01 à Emenda nº 22, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, ao PLCE nº 009/03.

Neste momento, a Câmara recebe, com muita satisfação, a nossa campeã Daiane dos Santos, que veio fazer uma visita à Casa. Ela está acompanhada do Presidente da Federação Rio-Grandense de Ginástica, Sr. Antonio Fontoura; da Diretora de Ginástica Olímpica e Ginástica Rítmica do Grêmio Náutico União, Sra. Vera Brusque; da Sra. Adriana Rita Alves, Técnica de Ginástica Olímpica. São todos bem-vindos, e saúdo o Ver. João Bosco Vaz por haver convidado a nossa campeã.

O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, João Dib, Ver.ª Maria Celeste, Daiane, Antônio, Adriana, Vera, presidentes dos clubes que aqui se encontram para acompanhar a votação do ISSQN; Almerindo, Presidente do Gondoleiros; Tassiro, Vice-Presidente do Comercial Sarandi; Raul, do Gaúcho; Odalgir Lazaro; Moacir, pai da Daiane, que nos acompanha. Agradeço ao Ver. Isaac Ainhorn, pela cedência do seu tempo. Quero dizer que a minha intenção de convidar a Dai para fazer esta visita à Câmara de Vereadores, com a intenção de que a Casa possa reconhecer oficialmente o talento, a qualidade, a perseverança, a firmeza de uma menina que foi descoberta na pracinha do CETE, no Centro de Treinamento Esportivo do Menino Deus, de família humilde, negra e que a partir do apoio da Federação de Ginástica, do Professor Antônio, do seu Clube, do Grêmio Náutico União, Presidente Pippi da Motta, Plínio Fracaro, da Diretora Vera, que aqui está presente, com a força da técnica Adriana, a Daiane passou a encantar o mundo e isso é um orgulho para todos nós, porque ela está levando o nome de Porto Alegre, o nome do Rio Grande do Sul. E o mais importante: com a mesma humildade que sempre caracterizou a Daiane. Olha que eu conheço essa baixinha e já atravessamos dificuldades. É verdade, ou não é? Batendo de porta em porta, pedindo um apoio, chorando - não é, Moacir? -, aos empresários, dizendo que ali estava nascendo uma grande campeã, e hoje se vê um produto acabado, um produto acabado para orgulho de todos nós.

Este pequeno reconhecimento, Daiane, neste período de Comunicações, é o reconhecimento de Porto Alegre por tudo que tens feito, pela tua dedicação pelo teu reconhecimento àquilo que as pessoas que te cercam têm realizado.

Vejo que chega agora o Presidente do Grêmio Náutico União, o Pippi da Motta, e eu dizia, Pippi, que sem o apoio do União, sem o teu apoio, sem o apoio dos profissionais do União, do Plínio Fracaro, e de tantos outros, seria impossível que a Daiane alcançasse o nível que ela alcançou hoje.

Isso, nobres Vereadores, que a Daiane tem adversárias dentro da própria Confederação de Ginástica, e nós, gaúchos, já nos levantamos contra isso. O Prof. Antonio, que é o Presidente da Federação Gaúcha, também já se manifestou a respeito.

E nós, que acompanhamos essa trajetória vitoriosa e brilhante da Daiane, não aceitamos que a qualidade profissional dela seja colocada em xeque, que alguém duvide da capacidade dela, que alguém duvide do trabalho realizado no Rio Grande do Sul, que alguém duvide do trabalho da Adriana, do trabalho do União, da Vera, de tantas pessoas que se doam no dia-a-dia para que a Dai tenha a tranqüilidade de poder cuidar apenas dos seus treinamentos para poder fazer bonito.

Ela, por exemplo, está quase que residindo em Curitiba, onde treina com a Seleção. Vem hoje a Porto Alegre para fazer esta visita, e à noite será homenageada com uma grande festa da Federação de Ginástica.

Queremos, mais uma vez, Daiane, agradecer, não só a tua presença aqui, mas a tudo o que tens feito pelo esporte, tudo o que tens proporcionado para todos os gaúchos. É um orgulho para todos nós o teu nome na história da ginástica! Te vemos crescendo cada vez mais e, aqui, ficamos aplaudindo, fazendo uma corrente muito forte para o teu sucesso, para a tua felicidade.

Tenho mais cinco minutos, Presidente?

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Eu quero comunicar aos Srs. Vereadores que estou aberto a apartes.

 

O Sr. Wilton Araújo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, Sra. Ver.ª Maria Celeste, nossa convidada de honra, Daiane, a quem hoje a Casa, por iniciativa do Ver. João Bosco Vaz, faz esta homenagem.

Esta homenagem é uma homenagem que diz muito da tua luta, da tua garra, da tua vontade e daqueles que estão no teu entorno.

Eu, há poucos dias, tive a oportunidade de estar privando, com os teus pais, onde tu recebias, mas não estavas presente e eles te representavam na Associação Satélite Prontidão, quando recebeste o Troféu Zumbi dos Palmares. Era o reconhecimento da comunidade negra, tendo em ti um expoente, uma vitoriosa, algo em que devemos nos espelhar e ver na tua trajetória, para que outros também tenham a coragem, a pertinácia de chegar lá onde chegaste.

Então, nesse sentido, gostaria de me congratular com o Ver. João Bosco Vaz e dizer que a Casa e o Povo de Porto Alegre têm, sim, uma dívida grande com ela. Nós queremos colocar mais responsabilidade em cima de ti. Eu acho que este é o início de uma carreira maior ainda e a Cidade quer, sim, ser bem representada por ti.

Então, fica um grande abraço nosso, da sociedade porto-alegrense.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Bosco, Presidente Dib, Daiane, não poderia ficar ausente, aqui, em nome do PMDB, mas principalmente como cronista esportivo que sou, que corro atrás das emoções pelo mundo. E você, Daiane, além de buscar a vitória como atleta, nos transporta, e dá à torcida brasileira momentos de intensas emoções. O ser humano precisa de emoções para viver. E você dá um exemplo vivo de persistência, de autoconhecimento, de talento, de crença no Homem lá de cima e nas suas possibilidades e qualidades.

Parabéns, mais uma vez, pela conquista mais recente e, principalmente, um agradecimento do fundo do coração em nome de toda a torcida brasileira pelas emoções que você já nos proporcionou e certamente estará desfilando em nossas mentes e em nossos corações. Parabéns e obrigado, Bosco.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Presidente Ver. João Antonio Dib, demais Vereadores e Vereadoras, meu caro Ver. João Bosco Vaz, eu quero parabenizar Vossa Excelência por esta brilhante iniciativa. Daiane, Porto Alegre, o nosso Rio Grande do Sul e o nosso País hoje estão de parabéns. Esse sorriso, essa simpatia que Deus te deu, calam no fundo da alma, no coração de cada um de nós. Meus parabéns.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Ver. Darci Campani, atleta de Judô e árbitro do Internacional de Judô.

 

O Sr. Darci Campani: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, Ver. João Bosco, Daiane, meu Professor Antonio Fontoura, que foi o meu primeiro Professor de Judô, o qual agora tenho a honra de encontrar aqui numa situação de Presidente da Federação. Daiane que o teu exemplo seja o exemplo para todas as crianças de Porto Alegre. Eu acho que mais do que a gente pode falar aqui, é o que a gente sentiu, na emoção daquele pódio móvel que ficava lá... Eu acho que é a emoção, a honra que tu trazes à cidade de Porto Alegre, pois cada vez que tu te apresentas, e vemos a Bandeira brasileira lá, erguida no ponto mais alto, trazendo essa emoção para toda a população de Porto Alegre. Que tu sejas um exemplo para todas as crianças de Porto Alegre que hoje estão aí precisando de exemplos positivos como o teu. Parabéns e vamos juntos nessa luta que é importante para Porto Alegre.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Daiane, nós somos contra qualquer tipo de fila, menos essa fila, que é a fila que nós fizemos para falar contigo. A forma como te diriges ao País, ao mundo, essa forma como tu usas o teu corpo, a tua dança, o teu equilíbrio e o teu desequilíbrio permanente, ensina a este País que enquanto nós buscarmos exatamente essa perfeição do teu bailado, esse País vai melhorar muito. Um beijo para ti.

 

O Sr. Elias Vidal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, quero parabenizar o Ver. Bosco pela iluminação de trazer essa jovem que é um orgulho para todos nós. Quero dar a você apenas um pequeno recado: Daiane, este Vereador que luta e trabalha muito contra as drogas, e milhares e milhões de jovens pelo mundo afora morrem com pouca idade, e poderiam ser, quem sabe, muitos deles, uma Daiane na vida, como você está sendo, com esse sucesso. Que você use um pouco do muito talento que tens, um pouco desse tempo de dedicação, determinação que você tem nos treinos para que, de alguma forma, você possa ajudar a influenciar na luta contra as drogas, para que muitos jovens e adolescentes tenham, quem sabe, pelo menos um pouquinho de Daiane na vida deles. Obrigado.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Bem, Daiane, eu fui um Professor de Educação Física, por 30 anos, e tenho a dizer que você foi deslumbrante, quando você carpava, quando você dava o impulso. E justo seria que nós, em nome do PP, do Partido Progressista, em nome do Ver. João Dib, do Ver. João Carlos Nedel, do Ver. Beto Moesch e em meu nome, disséssemos que você deu uma direção para a juventude, uma direção que até pode não ser seguida, mas esta é a direção. A Educação Física, principalmente a de solo, acrobática, a de chão, é a grande descoberta para o Brasil. O Brasil nunca entendeu isso, porque você tem de vencer o medo. Quando você inicia um salto, seja lá o que Deus quiser, você pode cair mal, e uma queda que tenha sido mal planejada pode trazer até uma deficiência para o resto da vida. Pouca gente sabe disso, mas você sabe.

Então, a você e ao Ver. João Bosco Vaz - que teve esta idéia maravilhosa de trazer esta moça até aqui para que nós testemunhássemos a nossa admiração, foi muito interessante e muito producente - eu dou meus parabéns.

Continue, não pare! Você vai longe!

 

O Sr. Cassiá Carpes: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Bosco Vaz, parabéns pela idéia, esta Casa fica muito honrada com a presença da Daiane aqui. E quero, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, em meu nome e em nome do Ver. Elói Guimarães e do Ver. Elias Vidal, dar os parabéns à Daiane. Já conversei com ela, inclusive, lá na Pampa, e no ano que vem ela estará aqui para receber o Título de Honra ao Mérito Atlético, que este Vereador lhe confere, com a unanimidade da Casa. Portanto, é mais um prêmio e o Ver. João Bosco está de parabéns; todos estão de parabéns, a população de Porto Alegre está de parabéns por esse feito que vem trazer um exemplo à nossa juventude, à nossa adolescência, pelo seu comportamento, pela sua luta e, principalmente, aqueles aspectos sociais que vêm contribuir para a nossa sociedade. Um abraço.

 

O Sr. Carlos Alberto Garcia: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Primeiramente, gostaria de parabenizar o Ver. João Bosco Vaz pela iniciativa, parabenizar a Daiane, que tem sido a grande estrela em nível nacional, mostrando que o Brasil é um país viável na ginástica, tanto é que pela primeira vez vai competir com equipe. Queremos parabenizar a Técnica Adriana; a Vera, Diretora; o Antônio, que nos últimos anos foi o diferencial. Eu penso que a ginástica olímpica do Rio Grande do Sul é dividida em antes e em depois do Antônio, como dirigente. Tenho a certeza de que será antes e depois da Daiane como atleta.

Então, nós queremos, em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, parabenizar a Daiane, porque é um momento ímpar da história do desporto nacional, até porque, além de ganhares o mundial, tu escreveste o teu nome com um novo elemento que deve estar sendo copiado por vários atletas. Parabéns, Ver. João Bosco Vaz!

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bosco, evidentemente que é para me somar às manifestações que já ocorreram, das várias Bancadas; quero cumprimentar não só a nossa atleta, que já é nossa visitante costumeira - a Câmara nunca deixa de mostrar o seu aplauso pelo seu trabalho sempre bem sucedido; obviamente que integramos os nossos cumprimentos aos seus patrocinadores, a BrasilTelecom, o Grêmio Náutico União, sem os quais certamente essa vitória não teria ocorrido e esse sucesso não seria conseguido, apesar das qualidades e do esforço pessoal da nossa laureada. É evidente que, atrás disso, há um esforço dos dirigentes das entidades amadoristas, que são freqüentemente incompreendidos e que, enfrentando dificuldades de toda a ordem, conseguem ser vitoriosos. Então, Daiane, o meu abraço, o meu aplauso. Botamos fé em ti, sabemos que acreditas no teu trabalho. Todas essas condições criadas não teriam resultado positivo se não houvesse essa tua determinação, essa tua garra, essa disposição de enfrentar os obstáculos, de vencê-los e de conseguir os lauréis. Muito obrigado, Bosco. Meus parabéns!

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Ao encerrar, Sr. Presidente, lembramos que atletas como a Daiane é que fazem surgir novos meios de comunicação. Quero parabenizar o jornalista Luiz Carlos Oliveira, meu colega, pelos seis anos do jornal A Voz do Amador, que muito tem incentivado o esporte amador do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e o futebol de várzea também. O Luiz Carlos Oliveira está de parabéns.

Sr. Presidente, eu gostaria de entregar uma recordação à Daiane. Pensei numa placa, mas no ano passado eu entreguei a ela o Título de Atleta Exemplar. Então, quero pedir que, representando as Vereadoras da Casa, a 1ª Secretária da atual Mesa, Ver.ª Maria Celeste, juntamente com este Vereador e o Sr. Presidente, entreguemos para os nossos convidados recordações do meu gabinete parlamentar. Desejo a todos vocês um bom Natal. Um beijão, Daiane. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(Procede-se à entrega dos mimos à Daiane dos Santos.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Agora vamos ouvir a nossa campeã. A Sra. Daiane dos Santos está com a palavra.

 

A SRA. DAIANE DOS SANTOS: Boa-tarde a todos. Quero dizer que estou muito feliz de estar aqui na minha casa, em Porto Alegre, que é a minha Cidade, e mais feliz ainda de estar aqui na Câmara recebendo esta homenagem de todos vocês. Eu sei o quanto vocês trabalham para este Estado crescer, e peço que continuem trabalhando, porque o Rio Grande do Sul está precisando muito, não só no setor esportivo como no setor financeiro também. O que a gente quer é mostrar cada vez mais o nosso Estado. Quero agradecer mais uma vez, em nome do meu Clube, o Grêmio Náutico União, e em nome da BrasilTelecom também, pois estou aqui, hoje, como representante deles, assim como a Adriana também. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Casa diz: Daiane, obrigado. Encerramos este momento feliz e suspendemos a Sessão por um minuto para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h50min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 14h54min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Senhor Presidente, Ver. João Antonio Dib, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores e senhoras. Não teria, Presidente Carlos Alberto Pippi da Motta, um dia mais feliz do que este para esta Casa receber a Daiane, Ver.ª Clênia Maranhão, no dia em que afora esta Casa, e afora o Poder Público, homenagear essa atleta exemplar, um símbolo de perseverança, um símbolo da possibilidade de todos terem acesso aos valores sociais da vida, inclusive do lazer, do esporte, esta Casa recebe não só a delegação do Grêmio Náutico União por seu Presidente, Clube do qual eu me honro de ser Conselheiro, mas, também, os demais clubes da Capital, clubes que, junto com o União, junto com as federações de cada esporte, têm ajudado a construir esse setor nesta Cidade com tamanho destaque.

A Daiane, com seus saltos, o duplo twist carpado e o duplo twist estendido, que a consagraram, e encantaram o mundo, é um símbolo de que, quando há disposição da iniciativa privada, do Poder Público, das associações sem fins lucrativos, como é o caso dos clubes, é possível que se alcancem êxitos excepcionais, mesmo num País que atravessa dificuldades de ordem econômica.

O Grêmio Náutico União, esta Cidade, este País honram-se, sobremaneira, de ter uma atleta de tamanha qualidade e, acima de tudo, a presença, hoje, nesta Casa, Ver.ª Clênia Maranhão, dos dirigentes dos clubes da nossa Capital, clubes grandes, clubes médios, clubes pequenos, significando o reconhecimento desse setor tão importante da nossa Cidade de que o Poder Público não só deve fazer homenagens, o que é muito importante; o Poder Público tem de ter políticas para que os clubes possam sobreviver, principalmente, nestes momentos de dificuldade econômica por que passa o País, enfim, todo o nosso continente.

Hoje nós vamos votar o ISSQN e há uma disposição do Poder Executivo, do Poder Legislativo, enfim, do Poder Público desta Cidade de fazer o devido reconhecimento a essas entidades que lutam com enormes dificuldades para sobreviver e oferecer vitórias tão grandiosas como foi o caso da Daiane, no último Campeonato Mundial de Ginástica de Solo, em Stuttgart, na Alemanha, honrando o esporte amador deste País.

Feito esse registro, saudando os dirigentes esportivos dos clubes de nossa Cidade, eu queria dizer, com muita tranqüilidade - pena que o Ver. Sebastião Melo, neste momento, não se encontra no plenário, eu não gosto de falar quando o Vereador não se encontra, mas eu não tenho outro tempo, eu não sou Líder como o Ver. Sebastião Melo, que pode falar a cada momento nas Sessões, eu falo de vez em quando, porque tenho de utilizar o período das Comunicações -, que o Ver. Sebastião Melo e o Ver. Luiz Braz, ontem, fizeram acusações absolutamente infundadas aqui. O Ver. Sebastião Melo disse que o Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, pessoa que eu nunca tinha conhecido na minha vida, poderia ter sido induzido ao erro, quando ele concedeu uma Liminar restituindo o que é adequado, o que é correto, a partir de uma Emenda que foi votada, considerada aprovada sem quórum para tanto, uma Emenda que ia ao encontro quanto às exposições da Constituição. Então, o Ver. Sebastião Melo disse que nós poderíamos ter induzido ao erro.

O Ver. Sebastião Melo, então, não me conhece; o Ver. Sebastião Melo não leu o nosso mandado de segurança; e o Ver. Sebastião Melo não deve ter lido o despacho do Sr. Juiz, que foi extremamente profundo e enfrentou mais do que uma decisão liminar, praticamente, enfrentou o mérito.

Já o Ver. Luiz Braz, rebaixou por demais o debate ao dizer que o PT quer sempre ter um Juiz de plantão. O Ver. Luiz Braz demonstrou, também, com isso, desconhecimento, porque eu não encaminhei o meu mandado de segurança a nenhum Juiz de plantão. O Ver. Luiz Braz foi absolutamente injusto com o Magistrado, porque ele não estava de plantão, ele é titular do 2º Juizado da 2ª Vara da Fazenda Pública. Nunca o conheci, não sei se tem Partido, se tem posição ideológica ou não tem; eu simplesmente ingressei com o mandado de segurança. O Ver. Luiz Braz deve saber que há uma distribuição no fórum, quando se entra com um mandado de segurança, em qualquer ação, ninguém pede para ir para um Juiz, Ver. Luiz Braz! O seu desconhecimento nesse setor, acho que foi, para mim, chocante, porque eu entrei não com um Juiz de Plantão, como foi na época do Montepio; eu entrei, distribuí a ação no seu setor correto, que é o Setor de Distribuição, paguei as custas e distribuí o mandado de segurança. E ele foi distribuído para o Juiz, honrado, que é só ler as suas quatro laudas no despacho, que se verificará a sua correção, o seu conhecimento e a forma como procedeu.

Eu acho até que o Ver. Luiz Braz precisa se escusar com esse Juiz, por dizer que ele era Juiz de plantão; ele não é Juiz de plantão, é Juiz Titular da 2ª Vara da Fazenda Pública. E se V. Exa. ler o despacho dele, verá que ele decidiu de acordo com o que foi colocado na petição, sem nenhum engodo.

Eu lastimo muito, Ver. João Antonio Dib, a tamanha grosseria cometida pela Câmara de Vereadores, ao considerar aprovada uma Emenda que sequer recebeu os votos necessários, uma Emenda que é absolutamente contrária à Constituição Federal, e querer propor um agravo junto ao Tribunal de Justiça, para que seja reposto o que teria sido aqui votado. Não há nenhum problema, Ver. Luiz Braz, podem entrar com o agravo no Tribunal de Justiça, porque isso faz parte da Democracia, e, deste Vereador, V. Exa. não ouvirá nenhuma palavra de desacordo a qualquer Desembargador do Tribunal de Justiça, seja qual for a decisão.

Eu acho, Ver. Luiz Braz, que as ofensas cometidas contra o Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, o qual não era Juiz de plantão, até pela sua postura enquanto Vereador, V. Exa. pode ter feito a intervenção, quando soube do despacho liminar, movido por violenta emoção, talvez, tenha um desconto. Mas eu acho que V. Exa. teria de fazer um pedido de desculpas oficial a esse magistrado, já que ele não é Juiz de plantão; não é Juiz de cargo em comissão; não é do PT; ele fez concurso público – é um servidor público – e deu o seu despacho - se V. Exa. lê-lo, verá - com muita isenção e com muita correção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vereador João Antonio Dib, Presidente desta Casa, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores. Eu ouvi com atenção o Ver. Juarez Pinheiro, falando aqui desta tribuna, e eu lembro que, Ver. Juarez, quando o Dr. Favretto decidiu contra os então, na época, interesses defendidos por Vossa Excelência, V. Exa. veio a esta tribuna e não foi tão dócil com o Dr. Favretto.

Eu, ontem, quando vim aqui falar sobre a Liminar concedida por V. Exa., jamais - até porque não caberia a mim - poderia ser grosseiro com o Sr. Juiz. O que falamos aqui, Ver. Juarez Pinheiro, e que eu reafirmo, é que, na opinião deste Vereador, aquele Juiz acabou interferindo no processo legislativo desta Casa, e isso ele não tem o direito. Como é que ele vai solicitar à Mesa Diretora da Casa e à Casa, instituição Câmara Municipal, que uma Emenda, aprovada aqui nesta Casa, seja simplesmente eliminada e um outro dispositivo, que não foi votado pelos Srs. Vereadores, seja apanhado e colocado na redação final? Ele está legislando pelos trinta e três Vereadores; ele pertence ao Poder Judiciário. Ele tem a sua esfera de ação, e nós a respeitamos. Ele vai decidir e nós vamos sempre respeitar as suas decisões, porque cabe a nós respeitarmos a decisão do Judiciário, mas não simplesmente acatar. Nós vamos discutir, Ver. Juarez Pinheiro, porque, afinal de contas, sempre que nós nos sentimos atingidos em nosso direito, cabe discutir essas ações até o final. Por isso que o agravo, acredito, é alguma coisa absolutamente lógica, mesmo para ouvir não de novo dos Desembargadores. Eu acho que é um direito que cabe a esta Casa e a qualquer pessoa de chegar até o final na discussão dos seus direitos.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, quanto à última parte da sua intervenção, de acordo, é um instrumento adequado do direito, não me insurjo contra ele. É que ontem, na sua intervenção, V. Exa. disse que era um Juiz de plantão. Está nas notas taquigráficas, V. Exa. pode verificar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Exageros da tribuna.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: É nesse sentido que eu queria que V. Exa. retirasse, porque não é um Juiz de plantão, ele é um Juiz da 2ª Vara da Fazendo Pública. Não escolhi nenhum Juiz para distribuir a ação, foi feita pelo distribuidor.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu não tenho nenhum problema em retirar.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: Por último, agradeço a atenção de V. Exa., o Projeto foi votado e aquela Emenda não alcançou o número de votos, portanto, o Projeto havia sido votado com destaque das Emendas. Como aquela Emenda não foi aprovada, fica o termo do Projeto. Então, o Juiz não fez nada errado a partir do momento em que ele considerou que a Emenda não foi aprovada, porque o Projeto havia sido aprovado. Obrigado, e agradeço pela gentileza.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vossa Excelência sabe que esse problema do quórum, Ver. Juarez, é entendido de maneira diferente por vários segmentos do Judiciário. Se esse Juiz entendeu dessa forma, pode acontecer de, na discussão com o agravo de instrumento, os Desembargadores entenderem de forma diferente. Isso vai ser absolutamente normal. Eu acredito que, da forma como foi dada a Liminar - eu não estou querendo, na verdade, desacatar ninguém, não estou querendo rebaixar o debate -, da forma como foi colocado e da forma como teve o seguimento aqui, esta Casa se viu, na verdade, invadida pelo ato do Juiz que, atendendo à Liminar de Vossa Excelência, acabou legislando pelos 33 Vereadores. Então, foi isso o que nós falamos ontem, mas não foi exatamente para atacar quem quer que seja no seu direito de exercer as suas funções.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra em Comunicações por cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tinha assuntos importantíssimos para falar, inclusive, sobre a conjuntura nacional, estadual, mas, diante das colocações, das observações, dos conceitos que estão sendo emitidos por alguns Vereadores nesta tribuna a respeito da Pista de Eventos, eu me obrigo a falar desse tema.

Há, por alguns Vereadores, uma série de observações manifestando uma certa estranheza por que a Pista tenha sido colocada na Zona Norte e falando sobre a inacessibilidade daquele local, a inadequação daquele local. Em primeiro lugar, é um absurdo que, nesta Câmara, alguns Vereadores manifestem esse tipo de estranheza, porque a Pista de Eventos se constituiu numa espécie de “novela mexicana” que não tinha mais fim, e todo mundo sabe o esforço que o Executivo fez, apresentando sucessivas sugestões que, por fim, afunilaram-se em três propostas que esta Câmara analisou, escolheu uma e votou. Portanto, a Pista de Eventos está lá colocada, pondo fim a essa "novela mexicana" com a participação da Câmara de Vereadores.

Começa por aí. A inacessibilidade do local: estranha-me que os Vereadores não conheçam a zona Norte, porque esse local - Ver. Raul Carrion, eu estou falando de alguns Vereadores capitaneados por algumas figuras como o Ver. Sebastião Melo - tem acesso pela Via do Trabalhador, que liga com a Restinga, pela Av. Protásio Alves, pela Av. Assis Brasil e pela free way, e fica num lugar que dá acesso para a Grande Porto Alegre, que facilita, inclusive, o contato com essa região.

Mas o mais sério, o mais risível, até, são alguns argumentos. Um argumento, analisando as conseqüências dessa Pista estar colocada nesse lugar, segundo alguns, é um lugar de difícil acesso, que, na verdade não é. Um argumento que alguns Vereadores, há algum tempo, repetiam, de uma forma bastante eloqüente, aqui nesta tribuna. “Onde é que já se viu? O Acampamento Farroupilha não vai desfilar lá”. E por incrível que pareça, encontrei um amigo meu que assistiu pela TVCâmara e estava sensibilizado por esse argumento. Bastou apenas eu chamar a atenção dele no sentido de que acampamento não se faz em Pista de Eventos! Acampamento: o radical da palavra lembra campo, lembra, portanto, habitação provisória, do tipo de barraca, e isso não se coloca em Pista de Eventos. É claro que o acampamento Farroupilha não vai ser na Pista de Eventos, e não seria se a Pista de Eventos fosse colocada em qualquer lugar da Cidade, porque é incompatível acampamento com Pista de Eventos! Ninguém acampa em Pista de Eventos. Vejam o absurdo! O absurdo que leva essa eloqüência de alguns; às vezes tentam imitar o Rui Barbosa aqui na tribuna e saem esses absurdos. O outro argumento, também risível, se ouviu na Sessão passada; lembro-me muito bem do Ver. Sebastião Melo e outros, que tiveram a capacidade de dizer que a Pista de Eventos foi colocada no meio do mato, junto a uma favela, e que os eventos maiores, eventos de nível internacional, eventos clássicos não iriam para lá. Vejam o absurdo dessa colocação! Ela revela - é lamentável - um desconhecimento da nossa Cidade. O Vereador tem de conhecer a Cidade, tem de conhecer a geografia da Cidade e principalmente da zona Norte. Transformaram a zona Norte em uma espécie de Sibéria.

Em primeiro lugar, lá não há favela; existem duas ocupações: a da Amazônia e a da Vitória da Conquista, que, inclusive, está sendo negociada.

Sr. Presidente, o meu tempo se encerra, e eu vou pedir o tempo da Ver.ª Margarete Moraes, que me cedeu, assim como o Ver. Danéris.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir continua com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª Margarete Moraes.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Eu agradeço aos dois colegas. A zona Norte não é uma Sibéria, ali não existe favela. Mas, mesmo que existisse! Mesmo que existisse! Isso não é um problema para o carnaval. Não é uma solução. Nós temos de resolver o problema da favela enquanto política habitacional. Agora, não é um problema, porque nós sabemos das raízes populares do carnaval, inclusive da sua extensão na favela. Então, esse não é um problema! Mesmo que existisse, mas não existe. Há duas ocupações lá que não se podem caracterizar como favelas.

Em segundo lugar, não pode ali haver esses eventos, porque os eventos de nível nacional, internacional não vão lá. É o maior desconhecimento da geografia da nossa Cidade, da zona Norte. Por que eu digo isso? Porque a 800 metros dali está o Teatro do SESI, junto à FIERGS. E o Teatro do SESI reúne espetáculos de nível internacional e nacional. Já hospedou a OSPA, Lulu Santos, Maria Rita, com shows que lotaram, e que toda a cidade de Porto Alegre, inclusive a Grande Porto Alegre, freqüentou. Mas que preconceito é esse? E a Pista de Eventos vai ficar a 800 metros dali! Vejam o absurdo, o desconhecimento sobre a cidade de Porto Alegre. Isso revela duas coisas: o desconhecimento da Cidade, da zona Norte e também o preconceito que está velado por trás disso aí.

Eu pergunto para os senhores: nós não queremos descentralizar a cultura? Ou nós queremos entupir toda a cultura, elitizar tudo num local só? Nós queremos, sim, descentralizar; nós queremos fazer com que esses equipamentos estejam espalhados por toda a Cidade, para que nós possamos, cada vez mais, desenvolver, como já fizemos na descentralização da cultura. Agora, com o “Porto Alegre em Cena”; nós queremos fazer com que a Cidade toda tenha espaços culturais e com que nós criemos pólos de desenvolvimento cultural em todas as regiões da Cidade, especialmente na periferia, para democratizar a cultura. É isso que nós queremos!

Então, vamos parar, aqui, com a bobagem de falar contra a Pista de Eventos, porque ela foi para a Zona Norte, com o apoio desta Casa, pondo fim à “novela mexicana” que não tinha mais fim! Vamos parar com isso e vamos parar de agourar para que não dê certo! Há muita gente que quer, aqui, fazer a política do mau agouro, a todo o momento desejando que não dê certo a Pista de Eventos, para poder ter um espaço, um trampolim, uma tribuna política! Vamos parar com isso! E vamos somar esforços para fazer com que a Pista seja – e vai ser! – um dos equipamentos mais grandiosos, que vá projetar a nossa cultura, a nossa cidade perante o Brasil inteiro.

Eu vou dizer para vocês que esse tipo de argumento está na contramão, inclusive, do social. Eu estive com o Prefeito visitando as obras, que já estão em estágio avançado, e é preciso ver a alegria das lideranças - lideranças do carnaval, lideranças populares. Estivemos visitando aquela Pista, cujas obras - repito - estão avançadas, e vimos a esperança deles de ter, finalmente, a Pista de Eventos e de ela ser um pólo irradiador da cultura e também de desenvolvimento econômico, um indutor da economia.

Eu acho que os Vereadores têm de se colocar como protagonistas desse processo e não contra; têm de se colocar ao lado do sentimento popular que existe em Porto Alegre, que existe no meio dos carnavalescos, que existe no meio das lideranças, e não fazer a política que está sendo feita de, a todo o momento, criticar a Pista de Eventos, porque foi para lá - como se eles não tivessem participado dessa decisão -, revelando um desconhecimento da geografia da nossa Cidade e apontando argumentos risíveis, como o de que os espetáculos não irão para lá, quando, na FIERGS, ali ao lado, nós temos espetáculos de nível internacional acontecendo a todo o momento; que o acampamento Farroupilha não vai para lá - e é evidente que não vai, porque acampamento e Pista de Eventos são incompatíveis em qualquer lugar que esteja a Pista de Eventos; isso é uma questão meramente lógica.

Então, colegas Vereadores, vamos parar de fazer esse tipo de demagogia, porque o povo e as lideranças estão percebendo. Eles assistem ao Canal 16 e percebem a falácia desses argumentos que estão sendo colocados aqui, sutilmente, contra a Pista de Eventos, às vezes até dizendo que são a favor da Pista de Eventos, mas agourando para que não dê certo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje ocupamos esta tribuna pela última vez, neste ano, em período de Comunicações. Por conta disso, não poderia deixar de aproveitar este momento para fazer um rápido balanço das nossas atividades, principalmente da nossa atividade nesta Casa, da nossa atividade parlamentar.

Quero destacar aqui os principais Projetos aprovados e debatidos ao longo do ano nesta Casa que, com o nosso trabalho na Mesa Diretora, puderam ter a agilidade necessária, organizando, principalmente, a Ordem do Dia.

Também como fundamental quero destacar o primeiro ano do Governo Lula, que, se por um lado ainda não conseguiu implementar tudo o que gostaria no sentido de atender aos principais anseios da maioria da nossa população, por outro lado com muita habilidade política conseguiu terminar o ano com uma base de sustentação sólida no que se refere à política macroeconômica do País, mostrando para a sociedade brasileira que o País tem todas as condições de assumir um novo posto no cenário mundial, sendo uma referência em termos de liderança na defesa dos interesses dos países subdesenvolvidos e em fase de desenvolvimento.

No que tange ao nosso Município, gostaria de destacar algumas ações da nossa Prefeitura Municipal que ao longo deste ano contribuíram de uma forma decisiva para ampliar a política da inclusão e da justiça social em nosso Município.

Quero aqui destacar que Porto Alegre é a Capital brasileira com maior índice de alfabetização do País; 96,7% da população sabe ler e escrever. Vários investimentos em educação foram feitos no decorrer deste ano.

Quero destacar a importância do Fórum Social Mundial, colocando Porto Alegre como referência no mapa mundial. A nossa Cidade foi, pela terceira vez, sede desse importante fórum de discussão.

Quero destacar também as ações na área da infância, da criança e do adolescente, com mais de um milhão de reais repassados a 129 creches comunitárias conveniadas com a Prefeitura, que atendem, no seu contingente, a 8.500 crianças. A Prefeitura Municipal também ampliou esse convênio e esse número de atendimentos e o compromisso com mais 21 entidades cadastradas no CMDCA que prestam assistência à criança e ao adolescente.

Quero destacar a aprovação de um importante Projeto nesta Casa, o Projeto da Entrada da Cidade que reassentará 12 mil pessoas de 22 vilas situadas à margem da Free way, o que já está mudando o aspecto daquele local, dando um novo visual, transformando aquela região, com parques, escolas, pavimentação e a construção de 3.000 novas unidades habitacionais.

Quero destacar também a questão da Pista de Eventos. Quanto a isso não preciso me deter muito, uma vez que o Vereador que me antecedeu esclareceu muito bem a questão da Pista de Eventos.

Também tivemos, no nosso mandato, ações importantes com o desenvolvimento de projetos, participação em seminários, palestras, com ações comunitárias, como o Movimento Acorde Mulher, como o Dia da Cidadania, como a Ação Brincando sem Armas, que mobilizou Porto Alegre, inclusive com outras ações em nível municipal, destacando campanhas nesse setor.

Também presidimos a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, com uma grande mobilização, quando do não-cumprimento do Projeto Família Cidadã, enfrentamos essa questão junto ao Governo do Estado, mobilizando as nossas mães, na sua grande maioria mulheres, na questão do Projeto Família Cidadã.

Por fim, também não poderia deixar, neste momento, de destacar a nossa indicação, por parte do Partido dos Trabalhadores, para compormos a Mesa Diretora neste ano legislativo, cargo que exerci, e ainda exerço com muito orgulho, afinco, perseverança o que, com certeza, me possibilitou um grande aprendizado, não só político, mas um aprendizado de vida.

Quero agradecer, especialmente ao Presidente, Ver. João Antonio Dib, aos Vereadores que compõem a Mesa Diretora, aos demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, especialmente ao meu Líder de Bancada, Ver. Marcelo Danéris. Agradeço pelo respeito sempre dispensado à minha pessoa, no exercício deste cargo no decorrer deste ano.

Aproveito a oportunidade para agradecer especialmente aos funcionários da Casa, a todos e a todas, funcionários e funcionárias desta Casa, em especial aos funcionários do plenário, da Diretoria Legislativa, com os quais tive um contato mais próximo durante este ano todo. Quero também fazer uma referência à nossa indicação da Ver.ª Margarete Moraes para a Presidência da Casa, com muita honra, Ver. João Carlos Nedel, uma mulher que nos representa neste Parlamento. Uma vez que a Bancada do Partido dos Trabalhadores já trouxe, no seu bojo inicial, a expectativa da população de Porto Alegre; uma Bancada composta de 10 Vereadores, 5 mulheres - o que muito nos orgulha - e, com certeza, terá todo o nosso apoio no próximo ano legislativo. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, após uma consulta à Bancada do Governo e à Bancada da Oposição, nós estamos fazendo o seguinte Requerimento: que fosse suprimida a discussão de Pauta para que entrássemos nas Comunicações de Líder, e, logo em seguida, nesta longa e boa pauta de votação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa acolhe o Requerimento de V. Exa. - é inteligente o Requerimento -, mas coloca à consideração do Plenário.

Em votação o Requerimento do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Os Vereadores concordaram também em suprimir qualquer Comunicação de Líder, o que faz com que eu peça com que seja liberado o painel para que possamos ingressar na Ordem do Dia.

A Verª Maristela Maffei solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Verª Maristela Maffei e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Apregoamos a Emenda nº 32 ao PLCE nº 009/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

Apregoamos o Requerimento de renovação de votação do PLL nº 216/99, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão.

Apregoamos o Requerimento de renovação de votação do PLL nº 237/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni.

Apregoamos a Emenda de Liderança nº 01 ao PLCE nº 010/03, a respeito do Projeto da Previdência, que fixa alíquota de contribuição previdenciária.

São essas as Emendas que entraram.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

De acordo com as Lideranças, nós iniciaremos a votação pelo Processo do ISSQN, PLE nº 009/03.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): O Ver. Wilton Araújo e o Ver. Sebastião Melo concertaram, agora à tarde, a vinda, amanhã, aqui na Casa, do Dr. Todeschini, Diretor do DMAE, para abrir o diálogo com a comunidade da Zona Sul acerca de todo esse processo que tem sido objeto de debate, aqui na Casa, ao longo desse tempo. Então, eu me arvoro, Sr. Presidente, a ponderar a V. Exa., porque eu acho que é oportuno que antes de nós iniciarmos o processo de discussão sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, que provavelmente esgote os nossos trabalhos nesta tarde, ou pelo menos se alongue em demasia, que nós votássemos os Requerimentos, entre os quais está o Requerimento que eu ajudei a firmar, pedindo a urgência para o exame daquele Projeto de Lei de sua autoria que contempla algumas empresas em vias de se afastar do Município de Porto Alegre, face às dificuldades de abastecimento de água.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Projeto de Tarifação Industrial?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Exatamente.

 

A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): Em votação o Requerimento de pedido de urgência ao PLCL nº 020/03, que acrescenta o § 6º ao art. 36 e o § 3º do art. 39, da Lei Complementar de 31 de dezembro de 1987, de autoria do Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 5348/03 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 009/03, que altera a Lei Complementar n.º 7, de 7 de dezembro de 1973, a Lei Complementar n.º 306, de 23 de dezembro de 1993 e a Lei Complementar n.º 197, de 21 de março de 1989, e dá outras providências. (ISSQN) Com Emendas n. os 1 a 26. Com Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 06.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto, das Emendas n.os 02 a 26 e da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 06 e pela rejeição da Emenda n.º 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 11-12-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLCE nº 009/03. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estamos discutindo alterações na Lei do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - Lei de extrema importância para o nosso Município, e que é decisiva. Deve incentivar a instalação de empresas de prestação de serviço na nossa Capital, que é a vocação para a qual está voltada a nossa Capital. Um dos impostos de maior arrecadação própria da Prefeitura está sofrendo alterações e adaptações à nova Lei Federal que regula a matéria.

O Projeto encaminhado à Câmara é extenso, minucioso, mas peca pela clareza.

Poderia ser encaminhado de uma maneira a facilitar o estudo dos Srs. Vereadores, mas não.

O Projeto se refere a itens de várias leis que incidem sobre o ISSQN, sobre IPTU, sobre ITBI, inclusive sobre taxa de lixo. Então, confunde bastante. É a nossa Lei tributária maior, a Lei Complementar nº 07, mas refere-se também a outras leis. Várias emendas foram colocadas, emendas importantes, entre as quais, finalmente, o incentivo à tecnologia baseada na tecnologia da informação que vínhamos perdendo para outras cidades próximas, justamente pela dificuldade fiscal que Porto Alegre tem. A mais alta taxa do Brasil, a mais alta alíquota do nosso País - claro que há outras cidades que empatam com Porto Alegre -, uma alíquota que afugenta empregos, que afugenta empresas, que desestimula os investimentos produtivos.

Agora, hoje, a Câmara tem essa oportunidade de ajustar detalhes importantes, de incentivar setores importantes e também de esclarecer as dúvidas, porque há muita interpretação fiscal.

A nossa Lei dá oportunidade para várias interpretações, e há aí muitas interpretações injustas do setor tributário, ocasionando várias questões jurídicas e administrativas.

Eu sei que o Executivo tomou providências para que vários assuntos fossem melhor esclarecidos.

Nós temos várias emendas que facilitam a aplicação da lei tributária. Façamos votos que esta Casa, hoje, seja mais justa, seja incentivadora de novos investimentos na nossa Capital, em que o desemprego noticiado hoje está em 16,8%; baixou de 17,4% para 16,8%, mas ainda é extremamente elevado. Vejam, senhoras e senhores, em cem pessoas, quase dezessete estão desempregadas, e isso sem contar aquelas pessoas que já desistiram de procurar emprego.

Repito, hoje, a Câmara de Vereadores tem a grande oportunidade de realizar uma melhor justiça fiscal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente Vereador João Antonio Dib, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, estamos aqui prestes a votar, Ver. Pedro Américo Leal, um projeto de grande relevância para a municipalidade. Nós estamos aqui falando de tributos, e tributo tem sido uma coisa muito pesada para a sociedade brasileira, Ver. Elói Guimarães. Eu não posso discutir essa matéria sem lincá-la ao contexto em que vive o País. Esperava-se que o Governo Federal encaminhasse um reforma tributária que, efetivamente, fosse taxar quem realmente deve pagar imposto no nosso País. A Reforma manteve os privilégios e nem sequer “desburrocratizou” a máquina pública para fins de arrecadação.

O ISSQN, que nós estamos aqui votando, Ver. Ervino Besson, representa, do ponto de vista dos impostos diretos, em torno de 20% para os cofres da municipalidade. O IPTU não chega a isso, as taxas não chegam a isso. Onde o PT governa, e os dados nacionais nos apontam nessa direção, Ver. Haroldo, cobram-se mais impostos. Nós estamos aqui, hoje, por exemplo, tentando corrigir isso. Vou pegar a área da informática, por exemplo: há 16 anos a mesma frente política governa a cidade de Porto Alegre, Ver. Elói, muitas e muitas empresas deixaram de se instalar na cidade de Porto Alegre por causa da alíquota de 5%, Dr. Moacir. Muitas empresas foram a São Leopoldo ou para outras capitais brasileiras. Isso significa que muitos empregos, Ver. Haroldo, deixaram de vir para a Porto Alegre, pela absoluta sanha arrecadatória da Prefeitura de Porto Alegre. Agora, como diz o velho ditado popular: antes tarde do que nunca; a Prefeitura traz, nesse Projeto, a redução para a área da informática, que é uma tecnologia de ponta, que especialmente na última década teve um destaque muito especial na economia brasileira e mundial. Eu diria que esse é um aspecto importante.

O Sr. Secretário da Fazenda, não sei se ele encontra-se aqui no Plenário, porque há uma Emenda que tenta reduzir de 5% para 4% o limite do ISSQN. Mas eu quero ver, antes de defender essa Emenda ou não, qual a faixa, Ver. Pujol, que os 5% pegam. Se os 5% atingirem só banqueiros, eu não vou defender que se reduza imposto de banqueiro. Agora, se ao reduzir para 4%, eu estiver conseqüentemente defendendo o setor produtivo, eu vou defender essa idéia e vou defender essa proposta. Mas, se a carga tributária vai baixar para o especulador, aí não contem comigo. O nosso setor imobiliário, por exemplo, tem lutado, e há uma Emenda nesse sentido que eu acho justa, Ver. Pujol, que é de autoria da Relatoria; portanto, deve ser sustentada. Mas há uma outra Emenda, que é a Emenda nº 17, Sr. Presidente, que dá isonomia à PROCERGS com a PROCEMPA. São dois entes jurídicos de mesma natureza, que prestam serviço ao Poder Público e outros. E há um tratamento não-isonômico pela lei anterior. Por isso, Ver. Braz, nós temos de corrigir aqui. A PROCEMPA, empresa do Município, tem um tratamento fiscal, e a PROCERGS tem outro, sendo ente jurídico. Isso é inconstitucional. Mas, além de ser inconstitucional, eu diria que é injusto, porque são empresas públicas e, portanto, não podem ser taxadas diferentemente. Então essa Emenda, que também é uma Emenda da Relatoria, eu acho que nós, o conjunto da Casa, temos que nos debruçar sobre ela e nos esforçar para aprovar essa Emenda.

A outra Emenda, entre tantas, que eu acho que é uma Emenda extremamente justa, é a Emenda que deixa claro que os planos de saúde são autogestionários, ou seja, aqueles que não têm fins lucrativos e que compram o serviço nos hospitais, nos ambulatórios, e eles, evidentemente, já pagam ISSQN, quando compram o seu serviço.

Então, eu diria que essa Lei, Ver. Marcelo, na verdade, ela se adapta a uma Lei maior que é a Lei nº 116, que é uma Lei Federal, que alguns Municípios já fizeram, outros estão fazendo. E Porto Alegre, desta feita, está fazendo a sua parte.

Quero saudar essa iniciativa de reduzir para 2%, mas não posso dizer que isso deveria ser feito há 5, 6, 7, 8, 10 anos atrás, porque muito se perdeu em Porto Alegre por causa dessa sanha arrecadatória. Antes tarde do que nunca - que se faça correção -, mas sou daqueles que acham que quando o Poder Público aumenta a sua base arrecadatória, Ver. Isaac, ele arrecada mais.

O povo brasileiro já não agüenta mais a carga tributária que é enorme; o retorno do serviço público tem sido de péssima qualidade: falta saúde, falta remédio, faltam hospitais, falta saneamento básico, e a carga tributária cada vez aumentando mais, porque o Governo, especialmente o Federal, tem um compromisso de pagar este ano 152 bilhões da dívida externa. Portanto, falta dinheiro para o social. E os Municípios, onde o cidadão mora, que tiveram 19% do bolo tributário, hoje têm 14% e isso não foi revisto na Reforma Tributária, isso é altamente prejudicial para a vida do País. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregoamos a Emenda nº 33 ao PLCE nº 009/03, de autoria do Ver. Cassiá Carpes.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, só para registro, porque foi acordado entre as Lideranças e não tivemos o espaço de Pauta e de Comunicação de Líder no dia de hoje, mas vou, na segunda-feira, usar o tempo de Liderança do Partido Liberal para voltar a falar da coluna em que Rogério Mendelski fala inverdades, para não dizer mentiras, sobre a Igreja Universal, no dia 08 de dezembro. Na Tribuna do dia 09 de dezembro ele tenta remendar e ficou pior ainda a situação. Quero registrar também uma carta que ele recebeu, no dia de hoje, da direção da Igreja Universal do Estado sobre as inverdades que falou da Igreja Universal, já pedindo para que venha a se retratar do erro que cometeu.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregoamos a Emenda nº 34 ao PLCE nº 009/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu cheguei agora, confesso, mas este é um tema para o qual eu esperava uma maior discussão. Ver. Pedro Américo Leal, V. Exa. que é um homem atento às questões da Cidade, nós estamos discutindo uma das coisas mais importantes que se proporcionam...

 

(Aparte anti-regimental da Ver.ª Clênia Maranhão.)

 

Vossa Excelência quer um aparte, Ver.ª Clênia Maranhão? Eu fico muito satisfeito com a sua presença intensa, hoje, no plenário, Vereadora.

 

(Apartes anti-regimentais.)

 

É discussão, Vereadora, e depois vou conceder-lhe o aparte, com o maior prazer.

Mas o que eu queria, Vereador Beto Moesch, é o seguinte: nós estamos discutindo um dos assuntos que, durante mais de 10 anos, a oposição nesta Casa questionou o PT - que é a carga tributária dos impostos na Cidade de Porto Alegre -, e sobretudo aquilo que se fez em Porto Alegre e que representou um processo de evasão fiscal, de fuga fiscal, de fuga de investimentos, porque Porto Alegre com 5%, genérico no ISSQN, tem uma das alíquotas mais altas do País, tanto é que, agora, com a Emenda Constitucional aprovada, estabeleceu os limites de 2% a 5%. Porto Alegre já está no teto. Já está no 5%, Ver. Luiz Braz.

Então é o momento de esta Casa ter a sensibilidade, já que está praticamente no final de uma legislatura, de continuar com a luta que sempre foi a luta de todos os Partidos de oposição, do Partido da Frente Liberal, do meu Partido, o PDT, do PP, do PSDB, do PPS, que questionam a carga tributária, Ver. João Carlos Nedel. Nós temos a oportunidade, com o debate, a discussão, neste momento, de unir a oposição que assinou em conjunto, Ver. Wilton Araújo - V. Exa. foi um dos signatários junto com o Ver. Sebastião Melo -, nós temos a possibilidade, hoje, na cidade de Porto Alegre, de reduzir o ISSQN geral de 5% para 4%. Temos essa oportunidade, e não é uma Emenda do Vereador “A”, ou do Vereador “B”, não, é uma Emenda assinada pelos Líderes das Bancadas de oposição nesta Casa, que pedem a redução da alíquota geral, porque daí a gente não estará corrigindo apenas algumas distorções, de alguns setores, como o da informática, que foi embora de Porto Alegre. E Porto Alegre, não se iludam achando que Porto Alegre vai ter grandes conquistas, não vai ter, a manter-se a alíquota de 5%.

Então, eu tenho para mim, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que neste momento, as oposições, e com a sensibilidade de que, a meu juízo, tranqüilamente, no ano de 2005, algum dos Partidos de oposição será governo, eu não tenho dúvida disso, encerrando-se o período e o ciclo democrático, Ver. Carlos Pestana, porque V. Exas. chegaram ao Poder, não pela via da ditadura, mas chegaram pelo voto e temos de respeitar. Mas eu estou lutando, como integrante do PDT, como Líder do PDT, a exemplo dos outros Partidos de oposição, para tirar o PT da Prefeitura de Porto Alegre. E nós vamos saber trabalhar com 4%. Nós vamos saber trabalhar com 4%, até porque, com o aumento do elenco dos serviços que se incluíram agora, nós temos, tranqüilamente, como reduzir alíquotas e aumentar a arrecadação, sob duas formas: pelo número de serviços, devido ao número de empresas que saíram de Porto Alegre e com essa redução de alíquota, retornando a Porto Alegre. Então, nós temos uma chance singular de vir a proporcionar essa oportunidade de, finalmente, depois de 13 anos, a oposição, num projeto que, constitucionalmente é possível, sustentar o discurso de todos os Partidos de oposição, que é a busca de uma alíquota menor para o ISSQN na cidade de Porto Alegre. Essa é a nossa chance, essa é a nossa oportunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos a Emenda nº 35 ao PLCL nº 009/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhores e senhoras, a Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre aprecia hoje uma matéria de significativa importância para o setor econômico desta Cidade, na sua totalidade.

Esse debate da Lei Federal nº 116, em nível nacional, demorou no Congresso Nacional, aproximadamente, 14 anos de debates. E demorou, Ver. Sebastião Melo, porque, na verdade, apenas nós tangenciamos, em nível nacional – eu falo isso no concerto da Federação -, a grande discussão da questão tributária, do seu ponto de vista mais importante, do seu ponto de vista material, do seu ponto de vista de conteúdo. Ver. Haroldo de Souza - Vossa Excelência que milita na área da comunicação há muito tempo e já trabalhou em outros setores -, nós temos uma imensa injustiça neste País, pois ele é absolutamente injusto na questão fiscal, já que a maior parte dos impostos são indiretos. Os impostos indiretos gravam, cobram das pessoas, independentemente da sua capacitação econômica. Quem paga o imposto indireto - pode ser um pobre ou uma pessoa abastada -, paga o mesmo tributo.

Esta Nação precisa ter mais impostos diretos, Ver. Cassiá Carpes, e menos impostos indiretos - essa é a primeira grande questão -, porque o imposto indireto incide, por exemplo, num litro de leite; o pobre paga o mesmo valor que paga uma pessoa que possui muitos recursos. Isso é absolutamente injusto e precisa ser corrigido.

Outra correção a ser feita materialmente é na divisão do bolo tributário. A União, ao longo do tempo, com a sua hipertrofia, tem, cada vez mais, abocanhado a maior parte dos recursos que são pagos pelas pessoas, pelos cidadãos, para custear as despesas do Estado. Nós temos, hoje, uma parte muito pequena para os Municípios, os quais são, na verdade, os que mais executam os serviços, principalmente para as pessoas menos aquinhoadas. O Estado fica com uma porção um pouco maior, e a grande parte do bolo tributário – de uma maior parte de tributos indiretos – fica com a União.

Portanto, é uma grande responsabilidade, Ver. Sebastião Melo, nós discutirmos, no Município, essa questão, que é um debate nacional – o Vereador colocou muito bem aqui. Nós estamos, na verdade, fazendo uma adaptação municipal de uma lei federal aprovada recentemente, a qual ampliou a lista dos serviços dos fatos geradores para a cobrança desse tributo. Não há, no caso do Projeto de Lei Municipal, nenhum acréscimo de alíquota, Ver. Wilton Araújo, Líder do PPS. E o Ver. Sebastião Melo reclamava que, tardiamente, no Município, nós estávamos diminuindo a alíquota na questão da informática. É uma avaliação subjetiva que faz o Ver. Sebastião Melo. Mas eu queria apenas dizer-lhe, Vereador, que, apenas agora, de uma forma definitiva, nós vamos, com concretude, poder fazer a cobrança do tributo, especificamente, do ISSQN, o qual não era pago em muitos itens por bancos, por financeiras, por cartórios, e que agora se viabiliza com esse Projeto, diga-se de passagem, um Projeto extremamente discutido com a sociedade, com todos os setores econômicos. As dúvidas que havia - se algo seria ou não um fato gerador desse tributo – estão escoimadas, estão retiradas com a legislação que vamos votar em breves momentos. De outra parte, nós queremos dizer que não há nenhuma sanha arrecadatória, e não podemos confundi-la com responsabilidade fiscal. Mais do que nunca, aqueles que fazem a gestão do Estado - Estado lato sensu, seja a União, sejam os Estados, sejam os Municípios - tem de ter responsabilidades, porque é por meio da cobrança dos tributos que podemos retribuir à população, principalmente a mais pobre, os serviços a que, constitucionalmente, essa população tem direito, e isso está estatuído em nossa Constituição Federal.

Portanto, essa é uma Lei que torna civilizada a cobrança desse imposto, um imposto significativo, que não é indireto, é daqueles que não fazem injustiça fiscal, porque não onera uma categoria às vezes mais pobre do que outra, fazendo com que se traga injustiça social. Ao contrário, é um imposto direto; imposto que é pago em cima de algo objetivo.

Eu quero, para finalizar, Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, saudar o amplo diálogo que houve entre todos os Vereadores de todas as Bancadas, Secretaria Municipal da Fazenda e os setores econômicos, sem os quais a Cidade não tem vida, que conseguiram, por meio do diálogo, de inúmeras reuniões, chegar até este momento, para que o Projeto de Lei que vamos votar possa ser adequado, equilibrado e, com isso, vamos dar mais vitalidade econômica para a Cidade. Nós temos várias revistas, Ver. Isaac Ainhorn, especializadas na área de economia, que deixam claro que Porto Alegre é uma Cidade muito boa de fazer investimentos porque dá retorno aos empresários. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, já foi explicada para alguns Vereadores a situação. Primeiro que esta alteração que está sendo feita é uma adequação da Legislação Federal. Segundo: é importante salientar, e já foi dito também aqui, que no Município de Porto Alegre nenhuma categoria vai pagar mais do que pagava, ou seja, ninguém terá novas atribuições. Em nível de Governo Federal, o montante dessa Lei que levou quatorze anos para tramitar em Brasília, aumentando a base, o Governo Federal, em todos os níveis municipais, mas o bolo arrecadatório disso representa aos cofres dos 5.555 Municípios do nosso País um acréscimo de 5 bilhões de reais, ou seja, é um valor considerável.

Isso já foi colocado aqui por diversos Vereadores e já foi feita essa discussão em Porto Alegre. Temos a questão da informática, que era 5% e reduz para 2%. Há um detalhe: por essa alteração, nenhum Município, a partir de agora, vai poder dar isenção total. Então, aqueles Municípios que tinham zero passarão, com essa nova legislação – e cada Município vai ter de fazer a sua adequação –, para 2%. Isso vai fazer com que os pequenos e médios Municípios criem um conflito, porque eles vão ter de legislar sobre essa matéria, e é urgente, embora nós voltemos a discutir esse tema no próximo ano, porque foram incluídos novos serviços. Nós vamos voltar a discutir, então, nesta Casa, dentro de alguns meses, não deve passar do meio do ano. A questão da informática, por exemplo, em São Leopoldo, que levou diversas empresas, não sabemos se essas empresas vão continuar em São Leopoldo ou muitas delas vão retornar a Porto Alegre.

Há essa discussão da PROCERGS e da PROCEMPA. Eu sempre tenho colocado, e muitos dizem com bastante razão que, às vezes, o serviço que, por exemplo, a PROCERGS faz para a iniciativa privada é uma concorrência desleal. Nós temos de discutir isso, é uma situação que tem de ser analisada.

Os cartórios que, durante muitos e muitos anos não pagaram, vão pagar 5%, mas, ao mesmo tempo, vai ser aumentado. Os bancos vão ter uma diminuição, mas é uma legislação federal. Nós gostaríamos – pelo menos este Vereador – que os bancos fossem mais tributados, porque hoje é o segmento da sociedade que recebe os maiores lucros. É importante, e eu estou fazendo um guarda-chuva de todo o panorama para que nós possamos, com calma, discutir isso. Diversas categorias participaram de reuniões com a Secretaria da Fazenda, nós e alguns Vereadores tivemos reuniões com a FEDERASUL, com o próprio Sindicato das Empresas de Informática. Então, eu acho que é uma discussão latente, mas eu volto a dizer: no próximo ano, nós vamos voltar a discutir, porque estão sendo incluídos novos serviços em nível federal, que vão ter de ter uma nova adequação. Eu vejo, em linhas gerais, como grande avanço, que ninguém mais vai poder abrir mão da totalidade do ISSQN. É importante, também, salientar - e tive oportunidade de ser Relator, mais uma vez, do Orçamento do Município – que o ISSQN representa, hoje, em média, 20% do que se arrecada no Município de Porto Alegre. Então, é uma Receita alta, que deve ter um olhar especial, mas, ao mesmo tempo, o futuro vai-nos dizer se, aumentando essa base, realmente teremos mais arrecadação.

Então é isso que fica, é essa discussão, e, na realidade, eu trouxe mais informação para que pudéssemos discutir mais, avançar no processo, porque, ao longo da Sessão, ainda há outros Vereadores que vão-se posicionar, depois terá uma fase de encaminhamento e a complementação de diversas Emendas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson, para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Em boa hora o PMDB, aquele que o Ver. Sebastião Melo chama do “velho MDB de guerra”, entra com uma Emenda, ressalvando, nos casos das instituições financeiras, e com apoio do outro integrante do PMDB, Ver. Haroldo de Souza, a manutenção da alíquota de 5% para todas as instituições do sistema financeiro que operam na cidade de Porto Alegre, na área de serviços. Quer dizer, o sistema financeiro fica preservado, até porque eu acho que é uma medida de boa orientação jurídica a manutenção dos 5% para o sistema financeiro. Esse é um dos setores que vem trabalhando com muita gordura nos seus lucros e deve, conseqüentemente, ter um índice de participação maior no bolo da arrecadação tributária, porque o lucro é maior do que em outros setores que estão ou estrangulados ou asfixiados na estrutura de desenvolvimento das suas atividades.

Eu busco a alteração ao art. 60, um destaque no art. 60 do Código Tributário Municipal, porque nesse artigo há uma abrangência que ressalva com a alíquota de 5% todas as atividades empresariais. Só que, à luz do novo Código Civil, todas as atividades, com exceção daquelas atividades das empresas de serviços sem fins lucrativos, são atividades empresariais, então elas todas seriam jogadas na alíquota máxima do inc. V do art. 60 da Lei Complementar nº 07. Nós já solicitamos o destaque desse ponto, porque o Projeto dá de um lado e, por meio desse dispositivo, passaria a se constituir num verdadeiro “pega-ratão”, do ponto de vista de manter as alíquotas máximas em relação ao Projeto do Governo de V. Exa., Ver. Juarez Pinheiro. Eu estou vendo dessa forma, mas, de repente, pode se constituir numa situação em que vá se transformar em letra morta todas as alterações eventuais que possamos fazer aqui. Mas eu quero mais uma vez reiterar aqui a importância deste debate e desta discussão sobre o ISSQN, até porque eu me recordo que, em 1990, o hoje Ministro das Cidades, então Prefeito da cidade de Porto Alegre, operou um “pacotaço” que aumentou em 25% o ISSQN da cidade de Porto Alegre, passando-o de 4% para 5%. Infelizmente, isso está perdurando por 13 anos, na mais alta alíquota de Imposto Sobre Serviços do País.

Naquela época o Município ainda não tinha a participação nesse bolo tributário de arrecadação que é o ICMS, sobretudo na área de serviços em relação à comunicação e à energia. Hoje vão direto para a conta do Município 25% do bolo tributário dos 100% arrecadados de ICMS. E todos os anos a energia e a comunicação aumentam, e aumentam muito mais do que a inflação. Está aí a triste experiência da privatização nas áreas de comunicação e de energia: hoje a área de comunicação opera com tarifas caríssimas, altamente espoliativas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua, por favor!

 

 (Aparte anti-regimental.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Não vem ao caso, Vereador. É que havia todo um clima nesse sentido. Eu gostaria de lhe responder, mas as circunstâncias não me permitem responder quem privatizou a CRT. Mas eu acho que se o seu Presidente estivesse hoje, lá, e não tivessem privatizado a Companhia Vale do Rio Doce, com certeza ele já a teria privatizado também.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Por favor, conclua, nobre Vereador!

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu encerro, Sr. Presidente, assinalando ainda a importância desta discussão e deste debate para o amadurecimento de algumas questões que não foram suficientemente aclaradas.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, senhores e senhoras que acompanham os debates em torno de uma questão extremamente importante que é o ISSQN, um tributo dinâmico cujo fato gerador, de um tempo até esta data, fez com que a economia terciária, a economia de serviços assumisse um papel relevantíssimo na sociedade para os Municípios e para a economia no seu todo. O Governo Federal, o legislador federal, vendo o crescimento dessa atividade de serviços e vendo que muitos dos fatos geradores, ou seja, da base de incidência escapavam à taxação, entendeu de determinar a ampliação das listas de prestação de serviços, o que vem representar um reforço significativo ao ISSQN. Portanto, a partir da sua aplicação, nós teremos uma expansão da receita tributária representada pelo imposto que hoje, no Município, gira em torno de 20%, e haverá, inquestionavelmente, um incremento.

Há um conjunto de Emendas que devem ser examinadas de per si, ou seja, examinadas uma por uma. Eu vejo com muita simpatia a Emenda que oferecerá o Ver. Sebastião Melo para que setores que hoje quase que não empregam, setores financeiros, instituições financeiras, tenham aí um verdadeiro privilégio na questão do ISSQN.

Agora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quanto a essa Emenda de 4%, que atinge generalizadamente a base de incidência do tributo, eu acho que ela tinha de ser uma Emenda coletiva e não uma Emenda individual. Por que a Emenda individual? Por que não uma Emenda coletiva, do consenso da Casa? É uma discussão que nós temos de fazer, neste Plenário, no sentido evidentemente de examinar essa questão. Deve ser uma Emenda coletiva, uma Emenda que expresse a vontade da Casa, e há uma tendência nesse sentido. Agora, na medida em que se coloca uma Emenda individual de 4%, nós queremos reexaminar, queremos um debate, Ver. Pedro Américo Leal, dessa matéria.

Ficam aqui, numa primeira análise, as nossas simpatias, porque é público e notório que muitas empresas deixaram a cidade de Porto Alegre, e talvez muitas não tenham ingressado por causa desse percentual. Agora, o que se quer é que haja aqui um coletivo, sim, uma atitude coletiva da Casa em cima de uma discussão na redução do percentual de 5%, para que não se fique levando os louros aí. Essa é a verdade. Todos nós aqui estamos de acordo em se discutir uma redução, mas temos de acabar, nesta Casa, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com as individualidades! As individualidades não podem ditar aqui o rumo aos interesses maiores na cidade de Porto Alegre.

Então, queremos examinar, queremos discutir, Ver. Wilton Araújo, sobre essa questão. Por que não se calibrar, por meio de um grande consenso, o valor, o percentual... Quatro por cento, sim, mas vamos retirar individualidades, porque quem decide é a maioria da Casa, e quem vai decidir sobre essa matéria será a maioria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregoamos a Emenda nº 36 ao PLCE nº 009/03, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo (Lê.): “Acrescenta alínea, onde couber, no § 1.º do art. 20 da Lei Complementar nº 07”.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu começo dando aparte ao Ver. Isaac Ainhorn.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para informar à Casa e ao conjunto do Vereadores que a Emenda de 5% para 4% foi assinada por todas as Lideranças de oposição da Casa. Ela só entrou na cota de um Vereador, porque só assim ela poderia entrar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu acredito que nós estamos votando um dos Projetos mais importantes deste final de ano. Eu estive com aqueles Vereadores que, em 1989, votaram a minirreforma tributária. Eu acho que não foi uma mini, foi uma grande Reforma Tributária, porque o Município começou, a partir desse momento, a possuir uma arrecadação bem maior e fundamentada na Constituição Federal de 1988, que dava para os Municípios toda a condição de fazer uma arrecadação maior do que fazia antes da Constituição de 1988.

Eu sempre afirmei, aqui, que o Partido dos Trabalhadores, no Município de Porto Alegre, deu um grande golpe quando começou a afirmar que as obras no Município de Porto Alegre começavam a surgir pelo tal de Orçamento Participativo. Não era por esse o motivo!

O Município de Porto Alegre, a partir desse momento, mercê da Constituição de 1988, mercê daquela chamada minirreforma tributária de 1989, passava, então, a possuir mais dinheiro para ser aplicado em obras, e, por esse motivo, começavam a surgir obras. E essas obras, no geral, foram em asfalto, distribuídos por todas as regiões da Cidade.

Nós não podemos, em primeiro lugar, negar que é, realmente, uma das atribuições do Poder Executivo fazer essa proposta, que foi discutida. Talvez, essas discussões não tenham terminado, não tenham chegado a um bom termo com os vários segmentos da sociedade, mas eu vejo que, em alguns setores, a idéia do ISSQN começou a ser melhorada. Nós mesmos, numa determinada época, propusemos aqui, na área da informática, uma redução de 5% para 2%, e chegamos a discutir várias vezes com o Executivo e com segmentos da área de informática essa possibilidade de redução do ISSQN. Estávamos quase chegando a um possível entendimento, quando nós tivemos o falecimento do então Secretário Ludwig, o que, praticamente, interrompeu as discussões que a gente vinha fazendo, em nível de Executivo, para que realmente a gente pudesse chegar com uma emenda definitiva. Mas eu vejo que houve um entendimento por parte do Executivo e dos setores de informática, e, hoje, nós temos aqui uma alteração que eu acho que é bastante significativa.

Mas, Ver. Wilton Araújo, Ver. Pedro Américo Leal, Vereadores e Vereadoras, existe uma coisa para a qual nós temos de prestar atenção na Constituição e, por isso mesmo, nós devemos prestar atenção quando nós formos votar os artigos que estão sendo propostos.

Há uma grande discussão que é travada, hoje, em nível de Supremo Tribunal Federal, que não está terminada, com relação aos substitutos tributários, e, também, à responsabilidade solidária. Diz a Constituição, no art. 145, §1º, que deve ser levada em consideração pelos Srs. Vereadores, quando estiverem votando esses artigos (Lê): “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal. Deve-se levar em consideração os rendimentos e as atividades econômicas de cada setor”. Então, se é realmente caráter pessoal, e é baseado nisso que se dá a grande discussão nacional a respeito desse assunto, os substitutos, na verdade, estariam todos eles, quando aplicados, sendo aplicados de forma inconstitucional; estariam, na verdade, ferindo a Constituição.

Essa é uma discussão que ainda não está acabada e, portanto, eu acho que é uma temeridade nós votarmos qualquer artigo, hoje, neste Projeto de Lei, que possa realmente introduzir, no Município, esta figura do substituto tributário. Nós devemos, realmente, rejeitar essas figuras; devemos, quem sabe, fazer destaques nessa área, ou aproveitarmos algumas emendas para rejeitarmos a figura do substituto tributário, porque ela, na verdade, é uma figura inconstitucional, muito embora seja ainda uma grande discussão nacional que está sendo travada neste instante.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu retorno a esta tribuna para socializar alguns questionamentos que estou fazendo, aqui, no momento da discussão deste Projeto.

O Secretário Ricardo Collar esteve aqui na Casa por várias vezes em Audiências Públicas e depois, várias vezes, com o Relator dessa matéria, sendo que eu mesmo participei com ele, junto com alguns setores da sociedade civil, de algumas reuniões envolvendo a PROCERGS, envolvendo planos de saúde, entre outros.

Ver. Isaac, eu gostaria da sua atenção, V. Exa. é muito caro para este Parlamento e para esta Cidade. Eu estou com uma dificuldade e quero dizer a V. Exa., com a clareza como gosto de colocar as coisas, que eu não posso defender que os bancos desta Cidade paguem 4%. Os cartórios também não podem pagar 4%; tem de pagar 5%. Eu não vou defender que os bingos desta Cidade paguem 4%. Só que essa Emenda, feita à tábua rasa, coloca tudo no mesmo nível. Então, Ver. Isaac, eu quero refletir com V. Exa. essa questão. Eu quero dizer que eu tenho mais do que ninguém o desejo, a vontade, Ver. Elói, de caminhar nessa direção. Agora, estou tentando fazer uma Subemenda, mas é complicado em dez minutos, porque a lista de serviços é muito grande, e a emenda poderá sair pior do que o soneto.

Ver. Wilton, estou colocando aqui as minhas dificuldades, porque eu não posso vir a esta tribuna, como venho há três anos, dizer que a Prefeitura está arrecadando mal dos banqueiros. E agora, eu vou reduzir dinheiro dos banqueiros? Não vou fazer isso! Mas acontece que o sistema financeiro não é só o banco, tem, por exemplo, o arrendamento mercantil, a lista é enorme.

Nós estamos no fim das inscrições, eu até me inscrevi no espaço do Ver. Haroldo para tentar coletivizar essa preocupação e, quem sabe, pudéssemos, por dez minutos, cinco minutos - eu não sei se alguém vai se inscrever para sustentar ou não -, mas está difícil, eu não quero fazer uma Subemenda para fazer mais uma Emenda. Eu acho que a lei tem de ter um equilíbrio.

Se eu, por um lado, defender, por exemplo, que o ramo imobiliário baixe para 4%, porque é um setor que, efetivamente, está garroteado, está com dificuldade, e se eu defendo, Ver. Elói, que há uma Emenda nessa direção, será que é correto que eles, do ramo imobiliário, paguem 4% e que o banqueiro pague 4%? Claro que não! Agora, se dou 4% para todo mundo, não posso dar 4% para aquele que produz?

Portanto, Ver. Isaac Ainhorn, colegas Vereadores, estou colocando aqui as minhas angústias, porque ninguém, em sã consciência, quer reduzir a carga tributária no País, e, por isso, nós temos de colocar, como pano de fundo, essa discussão.

O Governo do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, não só não reduziu imposto, como burocratizou mais e aumentou a carga tributária no País. Essa é a dura realidade que estamos vivenciando no País.

Os setores produtivos continuam sendo violentamente onerados no País. Os banqueiros continuam sendo os grandes beneficiados, neste País, pelo Governo Federal.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião, V. Exa. é do velho MDB de guerra, eu quero dizer que assino tudo o que V. Exa. disse aqui. Estou disposto a participar, em nome da Bancada do PDT, com os votos necessários para construir essa Emenda, ou Subemenda, ou qualquer um que ressalve essas atividades que V. Exa definiu. A Emenda foi construída não por um Vereador, mas com todas as Bancadas, inclusive o Ver. Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB, também assinou a Emenda.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: É isso, Sr. Presidente. Evidentemente, estamos esgotando a discussão do Projeto e, portanto, para fazermos uma Subemenda - não sei se teremos tempo -, mas vamos tentar, ainda nesta reta final, construir dessa forma a proposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, está boa a discussão sobre a questão do ISSQN e, em tese, a Constituição Brasileira, Ver. Sebastião Melo, diz o seguinte sobre os tributos, os impostos, contribuição e melhorias decorridas de obras públicas, art. 145, § 1º (Lê.): “...sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultada à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas dos contribuintes.”

Quer dizer, o imposto, o ISSQN é feito, não para perdoar algumas coisas - e nessa Emenda fica muito claro isso de 4% - aos ricos, não! É para não onerar e não punir os pobres em excesso, e o que vale é o poder aquisitivo.

Então, é preferível o rico pagar o imposto barato do que o pobre pagar o imposto caro. Esta é a questão. Isso está escrito no espírito da lei, isso está escrito na Constituição Brasileira. Então, o Ver. Isaac Ainhorn tem integral razão nessa questão. Os 4% não é a questão da tábua rasa, não é que isso vá diminuir o imposto das pessoas, não; vai desonerar aqueles que vão ser punidos com uma legislação que fica insuportável e faz com que o médio e o pequeno empresário fujam da cidade de Porto Alegre indo para outros Municípios. Esta é a questão! Então, nessa discussão, - e essa é a minha proposta, inclusive, é uma outra Emenda no valor de 3,5% -, Ver. Isaac Ainhorn, é exatamente isso: não é na tábua rasa, de 5% para 4%, que vamos beneficiar os ricos, não. Nós vamos desonerar aqueles que não têm condições econômicas, conforme o espírito da lei, escrito, explicitamente, na Constituição, Ver. Pedro Américo Leal.

 

 O Sr. Pedro Américo Leal: Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço pelo aparte que não recebi do meu colega Elói Guimarães, mas eu estou de acordo com Vossa Excelência. Nós estamos discutindo o quê? Várias coisas ao mesmo tempo, todos querem um quinhão, mas estamos discutindo um nível.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: É exatamente isso. Então, Ver. Sebastião Melo, é esta a questão que nós estamos debatendo. E aí então, o Ver. Isaac Ainhorn tem toda a razão quando vem de 5% para 4%, minimamente desonerando os ricos, mas desonerando com muita propriedade aqueles que têm capacidade econômica menor. É esta a questão, é isto que vai trazer o pequeno e o médio comerciante, o pequeno e o médio empresário para Porto Alegre. Esta é a questão básica. Porque ISSQN para grandes empresas não interessa, quanto for mais ou menos, não tem problema. O que passa a ter problema é o médio e o pequeno empresário. E aí, então, essa redução é importante, ela passa a ser, inclusive, fonte geradora de recursos para a Prefeitura que passa a ter um número maior de contribuintes e que passa a ter - mesmo numa escala falsamente melhorada, baixada pela alíquota - um volume muito maior de contribuições e de impostos na sua totalidade. É isso que nós estamos discutindo, é esse o nó górdio da questão, e acho que se esta Câmara quiser, e se esta Câmara diminuir essa alíquota - e eu tenho a Emenda, inclusive, não para 4% mas para 3,5% - nós estaríamos aumentando a arrecadação do Município; mais do que isso: nós estaremos trazendo um grande número de empresas para Porto Alegre; e, o que é fundamental no dia de hoje, aumentando, inclusive, a possibilidade de aumentar o número de empregos na cidade de Porto Alegre, que tem diminuído de forma assustadora. Esta questão ela tem que ser debatida nesse nível, e se não for nesse nível... Isso é fundamental. Então, trará vários benefícios, entre eles o aporte de novas empresas, a diminuição da alíquota individual para cada um, conforme o seu poder aquisitivo, como diz a lei, como diz a Constituição brasileira, e, por fim, a conseqüência maior, o aumento do número de empregos na cidade de Porto Alegre. Isto aí é definitivo, e, se esta Câmara quiser, ela vai votar e vai aprovar uma alíquota bem menor.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLCE nº 009/03, pelo tempo que lhe cede o Ver. Elias Vidal.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há um conjunto de Emendas que tratam a especificidade. Clubes, determinadas atividades importantes que, efetivamente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, calibram bem a receita decorrente do tributo ISSQN, e se nos afigura, realizam um bom papel. Agora, uma Emenda em que “passa boi e passa boiada”, absolutamente não! Porque, efetivamente, pode estar beneficiando quem a sociedade, Ver. Sebastião Melo, não quer que beneficie. As atividades, uma delas já mencionada aqui, que adotaram um sistema extremamente concentrador da riqueza, as instituições financeiras com uma tecnologia avançadíssima - ao se entrar em determinadas instituições, hoje, a gente conversa é com as máquinas -, então, essas atividades não podem ser tratadas como se tratam as demais atividades, aquelas que têm fins sociais, filantrópicos, recreativos, atléticos, como o caso dos clubes, por exemplo, que têm de ser examinados, e outras situações que estão aqui contempladas nas Emendas, Ver. Pedro Américo Leal, aqui distribuídas. Então, são Emendas que deverão merecer a nossa aprovação absoluta, mas essa que passa um risco e se beneficia de determinada atividade, vai beneficiar outra atividade que não faz justiça ao benefício e representa perda de receita.

Então, o que é que nós estamos fazendo aqui? A ausência de uma discussão mais demorada e amadurecida na questão dos 4%... Nós estamos aqui discutindo contrariamente a essa Emenda dos 4%, embora reconheçamos - que fique claro - que 5% é muito alto, é verdade. Mas não é por esse fato que nós vamos permitir que se beneficiem determinadas atividades. Essa tem de ser a linha da representação da Casa, da representação social do conjunto da cidade de Porto Alegre.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Município, a partir da ampliação da lista de serviços, vai ter uma arrecadação significativa. Mas nós vamos ter de, na medida em que o comportamento da receita passe a demonstrar a sua eficácia, começar a fazer, sim, calibramentos, procurando atividades que muitas vezes estão penalizadas pelo índice, se for o caso de 5%, e estabelecer reduções objetivas e claras.

Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, trata-se de um processo de grande importância para a Casa. O serviço público também precisa de recursos, é bem verdade que a carga tributária tem sido insuportável. Há uma voz generalizada contra a carga tributária. Agora, é aquela visão que nós temos de ter, nítida, no sentido de estabelecer as especificidades, examinar situação por situação, caso a caso, no sentido de estabelecer o nosso voto. Fica, portanto, a minha opinião contrária a essa Emenda de 4%.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra por cedência do Ver. Dr. Goulart para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, Presidente desta Casa, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores; Ver. Isaac Ainhorn, vou-me dirigir mais diretamente a V. Exa., que também tem acompanhado a história desta Casa há tanto tempo, não só tem acompanhado como participado e feito a história desta Casa, sabe muito bem que sempre foi desejo, foi vontade dos Vereadores, reduzir o ISSQN. Lembro-me, inclusive, que num dos anos obtivemos 16 votos e faltou apenas um voto para que diminuíssemos, naquela época, para 2,5% o ISSQN. Só faço uma ponderação aos Srs. Vereadores: hoje existe um acordo nacional entre todas as capitais para que, nessas capitais, tenhamos mais ou menos esses impostos equilibrados. Isso por causa de um problema que tem surgido e que tem atrapalhado, inclusive, o recolhimento de divisas nas capitais. Algumas atividades, por exemplo, acabam-se estabelecendo nas regiões vizinhas das capitais e faturando dentro das capitais e acabam fazendo com que haja uma fuga de divisas. Então, por causa disso, os Secretários de Fazenda de todas as capitais acabaram concordando que deveriam, mais ou menos, estabelecer um mesmo patamar, e existiu também essa possibilidade de haver um limite para que as cidades periféricas pudessem estabelecer as suas alíquotas do ISSQN.

Acho que nós não devemos destoar muito dessa linha estabelecida. Creio que algumas atividades que estão negociadas e outras que têm de ser negociadas, atividade por atividade, deveríamos, realmente, baixar as alíquotas. Eu já discuti, inclusive, por exemplo, o setor de publicidade - eu acho que, de repente, deve haver uma redução de tudo aquilo que é utilizado para se fazer aquela publicidade e estabelecer-se, realmente, a alíquota apenas sobre o líquido. Chegou-se, numa determinada época, a se cobrar sobre o bruto da arrecadação.

Então, vejam no setor da PROCERGS. Penso que existe uma demasia por parte do Executivo Municipal, quando quer fazer uma diferença de tratamento entre a PROCERGS e a PROCEMPA, pois são órgãos que atuam exatamente dentro de uma mesma área, têm, praticamente, as mesmas origens públicas, e estão sendo tratadas de forma diferente. Então eu acho que nós devemos acolher essa Emenda que foi colocada no Processo, para que haja um tratamento igualitário. Eu acho que, se não é cobrado imposto da PROCEMPA, não há o porquê de se cobrar o imposto da PROCERGS. Nós poderíamos até taxar isso como uma certa vingança, no campo eleitoral. Eu acho que isso não fica bem, realmente, quando se está tratando dessa parte de tributos.

Eu acredito que nós, Vereadores, temos a obrigação de não permitirmos que baixe a arrecadação do imposto, mas, ao mesmo tempo, nós também não podemos permitir, até porque isso é vedado na Constituição, que haja uma cobrança além daquilo que vai possibilitar que essas empresas possam funcionar, possam trabalhar.

Existem algumas áreas, por exemplo, e eu sou da área de publicidade, em que muitas vezes o Município acaba sendo o nosso sócio, praticamente um sócio majoritário - acho que isso é muito ruim. Por todas essas coisas eu acredito que é a hora de nós começarmos a colocar determinados limites para essas cobranças.

Eu acredito que devemos rever, e peço ao Ver. Isaac Ainhorn que reveja essa possibilidade que ele coloca de nós baixarmos, no geral, a alíquota para 4%, ou ao Ver. Sebenelo, que baixa para 3,5%, porque eu acho que nós estaríamos destoando de todas as capitais brasileiras. E penso que se existe um acordo firmado entre os Secretários de Fazenda em todas as Capitais. Nós, aqui, devemos respeitar esse acordo, e, é claro, trabalhando para que em determinadas áreas nós possamos, realmente, ter as alíquotas reduzidas. Acho que assim nós faríamos um bom trabalho como representantes da sociedade.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregoamos a Emenda nº 37 ao PLCE nº 009/03, de autoria dos Vereadores Sebastião Melo e Haroldo de Souza.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz, para discutir o PLCE nº 009/03.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu volto a esta tribuna para falar sobre a questão do ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - com uma outra finalidade, uma finalidade mais genérica, isto é, a população de Porto Alegre já esgotou toda e qualquer possibilidade de aumento de impostos. Não adianta forçar, o resultado do aumento de impostos, da disseminação dos impostos, do ônus para a sociedade, vai, perigosamente, em direção à exaustão do processo e à conseqüência do aumento do ISSQN e da sua disseminação indiscriminada, inclusive, com pareceres jurídicos dizendo que essa fórmula proposta pelo Executivo tem nítida inconstitucionalidade. Nós temos, inclusive, naqueles que são imunes – não existem estruturas imunes de ISSQN -, que gozam da imunidade e que, por direito constitucional, não podem ser oneradas. Mais do que isso, a questão é, também, dessa fúria fiscal que se apodera de todos os Poderes, que se apodera das estruturas federais, estaduais e municipais. As cotas, já aumentadas em condições insuportáveis, sob qualquer ponto de vista, inclusive empresarial, não permitem mais esse suicídio das administrações e dos dirigentes financeiros das administrações municipais em direção a uma prática que vai anular completamente qualquer tentativa de aumento de imposto, que é a sonegação e a fuga ao fisco, seja por meio de medidas procrastinatórias; seja por meio de medidas que o Direito assegura; seja em relação a um processo criminoso de sonegação, quando, ao tentar fugir para sobreviver ao fisco, o incentivo à sonegação será a falência completa do Estado, em função desse ignorar a capacidade financeira e econômica dos seus contribuintes, ignorar a capacidade financeira e econômica das suas instituições.

Quanto mais aumentarem alíquotas, quanto mais onerarem, quanto mais impostos forem taxados, haverá mais incentivo à sonegação, à fuga ao fisco – a fuga, inclusive, legal – e à procrastinação. E, dessa forma, nós veremos que os cofres, que já estão abalados pelo desmando, pela desestrutura, por essa fantástica avidez pela promoção, pelo auto-elogio, e, principalmente, por uma propaganda mentirosa, por uma propaganda absolutamente deletéria para a população - porque pensa-se uma coisa, e, na realidade é outra – estaremos fadados a ver, em muito pouco tempo, a falência, a derrocada desse tipo de postura dos Estados, em todas as suas alternativas, em todos os seus degraus.

Eu acho que, ao contrário, a diminuição de imposto pode, inclusive, resolver essa situação.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrada a discussão. Em votação o PLCE nº 009/03. (Pausa.)

Dada a quantidade de Emendas colocadas, suspendo a Sessão, para que a Diretoria Legislativa possa organizar a seqüência de votação.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Vossa Excelência vai suspender os trabalhos para organizar a forma de votação?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Para organizar a planilha de votação.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Vai suspender a Sessão?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Por três minutos.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Então, aguardarei os três minutos, para, depois, inscrever-me para encaminhar, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Por favor, inscreve-se o Ver. Isaac Ainhorn para encaminhar.

Ouvindo a Liderança do PMDB, sensata sem dúvida nenhuma, e a Vice-Presidência, a Mesa coloca em votação, já que há Vereadores que encaminharão e a Diretoria Legislativa terá tempo de organizar a planilha, sem a necessidade da suspensão dos trabalhos.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 009/03.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, depois de treze anos de vigência do pacotaço fiscal do então Sr. Prefeito Olívio Dutra, esta Casa tem a oportunidade, por meio de uma Emenda firmada por diversas Lideranças de oposição da Câmara Municipal, de reduzir o ISSQN geral, sem especificidades, de 5% para 4%. Eu acredito que uma medida dessa natureza, oriunda das Bancadas de oposição desta Casa, teria o efeito de organizar a oposição para a guerra e a batalha que o Partido dos Trabalhadores pretende estabelecer a partir de 1º de janeiro na cidade de Porto Alegre, conhecida como a maior trincheira petista do País.

Portanto, temos a oportunidade histórica de, antes que o Partido dos Trabalhadores declare a sua batalha, nós, Bancadas de oposição, estabelecermos antes a polarização em defesa dos contribuintes de Porto Alegre, reduzindo de 5% para 4%, sem prejuízo da arrecadação e sem prejuízo da receita de Porto Alegre; ao contrário. Hoje mesmo, há uma emenda no setor de informática que está baixando para 2% a alíquota do ISSQN em Porto Alegre, que deveria ser sempre de 2%, mas tocaram lá em cima o valor, no furor tributário pelo qual o PT é o responsável aqui, já o foi no Estado do Rio Grande do Sul – felizmente, no Estado, nos livramos dele – e o é em nível de União. E Porto Alegre acabou perdendo a oportunidade de ser, durante muitos anos, um pólo tecnológico, um pólo de informática, porque todo mundo saiu de Porto Alegre, e quem vinha de outros Estados foi para outras cidades, não vindo para Porto Alegre. Nesse caso, estamos restabelecendo uma questão de justiça tributária.

Mas o “grosso” vai pagar 5%, se nós não aprovarmos a emenda de 4%. Eu acho que em boa hora, há uma emenda firmada, Ver. Sebastião Melo, por Vossa Excelência e pelo Ver. Haroldo, no sentido de excluir dos 4% algumas atividades maiores, como o sistema financeiro – os bancos -, os bingos - eu acho que anda bem. Até porque os cartórios, o que foi a grande batalha do Ver. Adeli Sell, hoje vão pagar. Mas quem é que vai pagar no final? Está todo o mundo aqui sabendo; quem vai pagar no final não é o empresário, não é o banqueiro, não é o dono do bingo nem o dono do cartório. E os senhores vão ver isso a partir do dia 1º de janeiro: algumas pessoas de grande representatividade, poucas, mas de muita representatividade que estão aqui presentes. Quem vai pagar isso é o consumidor. Esse é que vai pagar! Haverá casos em que o repasse não será feito por dentro, mas será um repasse direto na cobrança do tributo. Primeiro de janeiro está aí e nós vamos ver, independentemente de quem assinou ou não. Se a idéia é boa e foi firmada por Vereadores de oposição, ela tem que ser consagrada em nome dos interesses da Cidade. Que não sirva de pretexto ou justificativa para não ser votada. Eu acho que a Emenda firmada pelo Ver. Sebastião Melo, de ressalvar alguns setores que têm muita gordura para queimar, como o sistema financeiro – ainda com risco de que o sistema financeiro, que é muito competente em repassar custos para os usuários, fará com que isso aconteça.

Eu encerro, Sr. Presidente, dizendo que temos uma bela oportunidade de restabelecer uma razoável justiça tributária na cidade de Porto Alegre, votando 4% sem prejudicar a Receita e a arrecadação da Cidade.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 009/03.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós não podemos discutir essa matéria sem contextualizá-la num cenário de um País que cobra muito imposto, mas, ao mesmo tempo, a municipalidade tem recebido, do Oiapoque ao Chuí, Ver. Pedro Américo Leal, transferência de responsabilidades. E o Governo Central não tem acompanhado as transferências de responsabilidades com a devida sustentação financeira. Em 88, quando se votou a Constituinte - e no caso pontual de Porto Alegre houve também uma reforma tributária municipal -, Porto Alegre estava no cenário do Produto Interno Bruto de 19% da arrecadação do País. Hoje significa 14%, 13,5%.

O Governo da República, que se elegeu de forma legítima, apresentou-se para a sociedade como aquele que traria para o debate, faria levar ao Congresso Nacional grandes reformas para o benefício do setor produtivo. O que nós assistimos durante este ano, Ver. Cassiá? A Reforma Tributária votada pelo Congresso Nacional, mas enviada pelo Executivo, mantém os mesmos privilégios históricos do Império, da Velha e da Nova República. Porque, lamentavelmente, Ver. Sebenelo, quem paga tributo neste País é o trabalhador. O quilo do arroz da Vila da Serraria, para quem consome, é o mesmo imposto àquele que mora em Higienópolis. O mesmo acontece com o litro de leite e o papel higiênico.

Os impostos indiretos neste País são extremamente injustos com milhares de pessoas, homens e mulheres. E aquele que deveria pagar, que é o setor improdutivo do País, é o que menos paga. E o setor produtivo cada vez é mais onerado e, conseqüentemente, isso diminui o emprego, diminui a produtividade.

Nós estamos votando o ISSQN, que é um imposto que diz respeito à municipalidade. Acho, Ver. Pedro Américo Leal, que se nós caminharmos na direção de excetuarmos esses setores especulativos, a Emenda dos 4% pode avançar. Mas não podemos reduzir imposto daqueles que têm de pagar mais. Eu quero que banco pague 10%! Porque esses são os grandes agiotas deste País. Há o agiota público e há o agiota privado! Os públicos e privados são irmãos siameses para cobrar juros escorchantes no País. Chega-se a 20%, 10%, 12%, quando alguém precisa pegar dinheiro no sistema financeiro; mas se você for aplicá-lo lá, pagam 0,5%.

Agora, eu queria, Ver. Carlos Garcia, antes de encerrar, de forma muito fraterna, discordar de Vossa Excelência. A assessoria de V. Exa. não foi competente em passar os dados. A PROCERGS, quando contrata com um ente não-governamental, paga rigorosamente todos os impostos. Portanto, quero fazer um apelo a V. Exa. para esta reflexão. Nós achamos que a questão, Ver. Carlos Alberto Garcia, é que a PROCERGS é um ente jurídico igual à PROCEMPA, e a nossa Constituição é de uma clareza meridiana: não se pode tratar entes iguais de forma diferenciada – está no art. 150.

Portanto, a Emenda nº 17, destacada pela Frente Popular, que vai ser disputada aqui neste Plenário, Ver. Elói Guimarães, há de corrigir essa injustiça, porque a nossa PROCERGS, sendo também um ente público, tem de receber o mesmo tratamento que recebe a nossa querida PROCEMPA.

Nós encerramos o encaminhamento na certeza de que, especialmente sobre essa Emenda e algumas outras emendas, o campo da oposição deve-se unificar, Ver. Wilton Araújo, para poder defender a cidadania, ou seja, fazer com que o setor produtivo desta Cidade seja efetivamente menos onerado pelo nosso ISSQN. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 009/03.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Eu acho interessante a questão do processo de encaminhamento, porque depois serão discutidas as Emendas destacadas. Este Vereador mesmo tem uma Emenda, simples, que é especificamente relativa às academias de ginástica, de dança, ou seja, ligada à área desportiva. Entendemos que isso está vinculado também, de forma própria, à questão da área da Saúde. Por isso, estamos propondo essa redução.

Além do mais, na evolução das emendas já ocorreu um avanço. Parece que nesta Casa já se tem um consenso – e isso é bom –, relativo à questão de alguns segmentos, de que não se pode diminuir nenhuma tributação.

Foi colocada aqui a questão dos bancos, bingos - que já pagavam - e cartórios – é a única novidade -, que não estão contestando, fazem questão de pagar. Como o Ver. Isaac Ainhorn diz, sabemos quem vai pagar, mais uma vez esses impostos, é a própria população.

A questão de clubes e entidades filantrópicas, desde que registradas, também já não estava prevista na Lei; a Lei Complementar agora contemplou aqui no nosso caso, em Porto Alegre, mas já estava isenta, inclusive como a Legislação Federal. Por exemplo, a questão da construção civil, que continua com 4%, mas a alteração antes tinha de se provar para deduzir a questão do material de compra, e agora ela pode fazer sobre material presumido. Também é uma pequena alteração, mas eu entendo que, para o segmento, ela é altamente relevante.

Então, de forma simples, eu acho que nós evoluímos, mas volto a dizer que acho que nós temos de ter bem presente que esta discussão não vai encerrar aqui, hoje, porque novos tributos foram incluídos e nós vamos voltar a esta pauta. Assim, aqueles que, num determinado momento, não se sentirem contemplados, não fiquem angustiados, porque até junho nós vamos voltar à discussão com os novos elementos que entraram agora no debate lá em Brasília; vai ser matéria de apreciação, e, quando se vota um segmento, tu podes mexer em qualquer outro segmento da mesma Lei. Então, acho que, para encaminhamento, tenho a certeza de que os Vereadores vão aprovar o Projeto, e depois vão discutir Emenda por Emenda. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 009/03.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é raro verem este Vereador assomar à tribuna sobre assuntos econômicos e financeiros. Prefiro ouvir os meus colegas, mais doutos, para aprender até, e não digo isso como chacota, como uma tendência a me valorizar. Não. Faço isso; todos sabem que faço isso.

Mas nós estamos, agora, versando sobre um assunto muito sério. Desde que eu me entendo morando em Porto Alegre, eu vejo brados incríveis contra esse ISSQN, esse monstro, e que afasta até simples empresas de vigilância; não posso citar, mas me recordo de uma empresa modesta, que foi para Esteio e veio bater no meu gabinete, pedindo que eu fizesse alguma coisa, mas o que poderia fazer eu, um simples, unitário e isolado Vereador?

Pois bem, agora nós estamos com um assunto em baila.

Sr. Presidente, Ver. Dib, dê-me atenção!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): V. Exa. tem toda a minha atenção.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: O seu amigo pede atenção.

Mas este imposto na verdade é cruento? É. Nós temos oportunidade de diminuí-lo? Temos. Alguém vai perder? Sim, a arrecadação da Prefeitura. Claro, alguém sempre perde quando o outro ganha. É uma velha história, mas nós temos de tomar uma iniciativa e podemos tomá-la agora.

O Ver. Isaac Ainhorn fez uma Emenda, deu a sugestão de baixarmos de cinco para quatro. É evidente que nós devemos aprová-la. Agora, nós estamos fazendo justiça? Não.

Surgiu uma Emenda do Ver. Sebastião Melo, não sei onde anda; ele é muito versátil, dificilmente ele está no plenário, mas está sempre trabalhando, ele é ciclópico. O Ver. Dr. Goulart, médico que é, faz a cirurgia do seu momento. Mas ele aqui parece, atrevo-me a dizer, que não redigiu bem a Emenda, por pressa, porque ele disse: “Fica excluído da cota de 4% todo o sistema financeiro”. Fica excluído, mas onde ele se insere? Bancos, sistema financeiro, arrendamento mercantil, telemarketing, bingo, caça-níquel, publicidade e propaganda, cartório e fundo de pensões. Mas onde ele se insere? Não sei, não é, Ver. Beto Moesch? Os advogados sempre discriminam, discriminam! Então eu acho que ele, na sua afobação, redigiu a Emenda deixando que nós ficássemos aqui, elocubrando o que ele deseja. Excluiu de 4%, mas incluiu onde?

Bem, a Reforma Tributária que veio aí empobreceu o povo, porque taxou até inativos! O PT acabou taxando até inativos! Ora, vejam só!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua, por favor, nobre Vereador.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Os inativos foram taxados! Agora eu sou de acordo que o setor especulativo - Vereador, dê-me um momento de resfolegar – tem de ser penalizado. Aqueles que trabalham, que obram, devem ser aliviados, mas os que especulam devem ser quase que punidos, isso é o que eu peço, e esta Casa precisa fazer. Nós temos de punir aqueles que especulam.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua, nobre Vereador.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: E temos de salvar aqueles que obram, que trabalham, que perseveram. É por isso que eu vim aqui, estou de acordo com essa Emenda do Ver. Sebastião Melo, mas também estou de acordo com a iniciativa do Ver. Isaac Ainhorn, porque, afinal de contas, nós temos de resolver essa questão de uma vez por todas. A Prefeitura vai tão bem sempre financeiramente que pode pagar um pouco. O Ver. Zé Valdir parece que não concorda comigo.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua, nobre Vereador, por favor.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Quando eu me lembro que o BANESPA foi o veículo que enviou 30 bilhões de reais para Miami, e que Pedro Simon...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, por favor, conclua.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Disse-me aqui desta sala que não são 30 bilhões de reais, são 70 bilhões de reais. Eu chego à conclusão de que a sonegação e a corrupção matam o Brasil! Matam o Brasil! E nós temos uma oportunidade, aqui, de aliviar esses que trabalham. Agora, vamos, depois, cuidar de cada caso! Mas, em princípio, baixamos de 5% para 4%.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 009/03.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós estamos votando uma matéria importante, que diz respeito a toda a cidade de Porto Alegre, que tem vínculos com a área de prestação de serviços. Aliás, nós, há muito tempo, ouvimos a colocação de que a vocação da cidade de Porto Alegre é para a área de serviços; mais do que uma cidade industrial, mais do que uma cidade comercial é uma cidade de prestadores de serviços – características das grandes concentrações urbanas, das Capitais de Estados. São tão importantes essas decisões que nós estamos tomando, que, numa Audiência Pública realizada aqui na Casa, das Comissões conjuntas, que examinavam esse processo e que geraram, inclusive, o nosso relatório, nós tivemos a presença de 65 entidades representativas de segmentos econômicos diversificados. E o que é mais importante: essas entidades, na sua quase totalidade, se não a sua totalidade, exerceram, Ver. Pedro Américo Leal, fortemente o direito de diálogo e de reivindicação, e o que é mais relevante: tiveram resultados positivos nos seus pleitos. Agora mesmo, na votação que nós iremos realizar, das Emendas de Relatoria, mais de 80% serão aprovadas, resultando em benefícios diretos a vários segmentos econômicos, alguns dos quais não haviam sido contemplados previamente naquelas negociações anteriores que vários Vereadores daqui da Casa realizaram, com destaque especial para o Ver. João Bosco Vaz, que redundou, inclusive, em algumas isenções, como é o caso mais relevante dos clubes da cidade de Porto Alegre, absolutamente contemplados, uma vez que isentos desse tipo de tributação, num desejo que há muito vinham realizando. O próprio setor de informática, em relação ao qual há muito tempo se discute a necessidade de criar um regime especial de tributação, capaz de ensejar o retorno para Porto Alegre de inúmeras empresas que daqui se evadiram, foi extremamente beneficiado, e está devidamente contemplado - estão aqui as suas lideranças conosco concordando. Entidades meritórias, respeitadas, que têm aqui nesta Casa inúmeras pessoas, senão a totalidade dos Vereadores, a proclamaram pela seriedade do seu trabalho, tipo SECOVI, AGADEMI, tiveram as suas reivindicações acolhidas neste grande diálogo que se realizou, SICEPOT, SINDUSCON, enfim, eu desconheço uma entidade que tenha hábil e tempestivamente procurado esta Relatoria, Ver. Elói Guimarães, e que não tivesse tido a acolhida necessária, a compreensão necessária e o encaminhamento nas suas reivindicações. Algumas vezes não plenamente de acordo com o pretendido, mas todas elas dentro da razoabilidade. Por isso, inclusive, devo, num dever de justiça, dizer o seguinte: eu sou do Partido da Frente Liberal, para quem não saiba - acho que Porto Alegre toda sabe disso e o Rio Grande também -, mas mesmo assim eu quero louvar o poder de diálogo do Secretário da Fazenda do Município, que foi extremamente competente, sensível e habilidoso da condução desse diálogo. Digam os vários representantes de categorias profissionais aqui presentes e que poderão corroborar aquilo que estou afirmando. Por isso eu quero dizer, com toda a tranqüilidade, que nós temos um encaminhamento maduro desse processo, nós estamos com as Emendas da Relatoria, na sua quase integralidade, acolhidas, consensuadas e há poucas divergências, que evidentemente nós haveremos de debater no voto, na discussão que elas irão permitir, em função da circunstância de que estão destacadas. Por isso eu penso, Sr. Presidente, que nós podemos dar esse primeiro passo, o passo da aprovação do Projeto, daquelas Emendas que são fruto do consenso geral, sobre as quais não há discórdias, até mesmo porque no Projeto, Ver. Bosco, já existem conquistas da capacidade de reivindicação dos Vereadores.

Vossa Excelência não estava no Plenário, e eu lembrava o seu trabalho em favor dos clubes de Porto Alegre - clubes esportivos, clubes sociais - beneficiados com a isenção por um trabalho de V. Exa. e do Ver. Juarez Pinheiro. Faça-se justiça!

Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, temos este quadro, existem duas ou três discussões a serem realizadas, e no momento oportuno participarei delas.

Agora, preciso dizer o seguinte, e faço isso porque sempre sou muito liso nas minhas colocações: muitas vezes, na busca do ótimo, a gente perde o bom! Não vou prejudicar o bom, que se conseguiu nesta realização, na busca do ótimo, que alguns pretendem.

Estou antecipando uma posição.

Acho que o bom está na negociação vitoriosa, que os segmentos responsáveis e competentes da sociedade porto-alegrense realizaram, e esse bom temos de perpetuar, conservar, aprovando o Projeto e as Emendas consensuadas. Era isso. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, por solicitação desta Presidência, o PLCE nº 009/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por unanimidade, por 31 votos SIM.

A Diretoria Legislativa fornece orientação para a votação. Se o Plenário concordar, antes de votar as Emendas destacadas, que são em número de 11. Depois, há mais Emendas sem parecer, aí não destacadas, mas poderíamos votar as Emendas que têm parecer favorável.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: As Emendas que têm Parecer favorável são todas consensuadas, então eu acredito que seria absolutamente lógico que nós as aprovássemos de imediato.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu não tenho dúvidas, mas elas precisam ser votadas. São Emendas, e como há 37 Emendas...

Eu coloco em votação, com a concordância do Plenário, as Emendas com parecer favorável e não destacadas, que são as Emendas nºs. 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 22 e 23 ao PLCE nº 009/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS por unanimidade.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, seria possível repetir o número das Emendas, que eu não consegui tomar nota de todas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Os Vereadores estão recebendo cópia da planilha de votação. Nós aprovamos as Emendas nºs. 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 22 e 23.

Emenda nº 17, destacada, aposta ao PLCE nº 009/03, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.)

(Lê.): "Aprovada a Emenda nº 13, em Redação Final, sugere-se a inclusão do dispositivo como art. 32-A da Lei Complementar nº 07/73, e não como está proposto, objetivando melhor sistematização da matéria".

"Apreciada a Emenda nº 16, fica prejudicada a Emenda nº 27, parcialmente, no que se refere à redação proposta para o Inciso VIII do art. 21 da Lei Complementar 7/73". Rejeitada a Emenda nº 16, mas não foi, ficaria prejudicada a Subemenda nº 01.

Aprovada a Emenda nº 23, ficam prejudicadas as Emendas nºs. 26, 29 e, parcialmente, a Emenda nº 30, no que se refere à alíquota proposta para “demais tipos de prestação de serviços”.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se é que eu depreendi aqui do espelho de orientação de votação, se a Emenda nº 26 for aprovada, na minha avaliação, fica prejudicada a Emenda nº 37, que é de minha autoria. E isso não foi destacado pela Diretoria Legislativa, porque, na verdade, eu estou excetuando bancos, financeiras, enfim, mas isso se partir do pressuposto que passasse a Emenda nº 26. Se não passar a Emenda nº 26, conseqüentemente, fica prejudicada a Emenda nº 37.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Isso foi apenas um esclarecimento, mas, no momento em que aprovar a Emenda nº 23, a Emenda nº 26, a Emenda nº 29 e, parcialmente, a Emenda nº 30 estão prejudicadas.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Então, conseqüentemente, está prejudicada a Emenda nº 37; se está prejudicada a Emenda nº 26, a Emenda nº 37 também está prejudicada.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Emenda nº 37 está prejudicada. A Emenda nº 26 está prejudicada, conseqüentemente, a Emenda nº 37 está prejudicada.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Exa. declarou que a Emenda nº 26 estaria prejudicada.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Emenda nº 26 está prejudicada.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Qual o fundamento, Vereador?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A aprovação da Emenda nº 23, que estabelece alíquota de 5%; foi aprovada.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, a Emenda nº 17 ao PLCE nº 009/03, destacada. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 18 votos SIM e 14 votos NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação a Emenda nº 18 ao PLCE nº 009/03, destacada. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 18, destacada ao PLCE nº 009/03.

A Mesa vai propor ao Plenário a redução do tempo de encaminhamento de 5 para 3 minutos, o que será feito posteriormente. O Ver. Reginaldo Pujol tem 5 minutos para encaminhar a votação da Emenda nº 18, destacada.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em verdade essa é uma das poucas Emendas contidas no nosso relatório que nós não logramos o consenso. Eu até ofereci, tranqüilamente, a discussão, a possibilidade de nós desistirmos da Emenda nº 18 se houvesse um entendimento no sentido da aprovação da Emenda nº 25, eis que nós não baixaríamos na Emenda nº 25 a alíquota, faríamos alteração na base, e com isso atingiríamos, Ver. Dr. Goulart, melhor os nossos objetivos. Até a presença de V. Exa. me deixa tranqüilo, porque aprovada a Emenda nº 25, algumas Emendas de V. Exa. seriam prejudicadas, mas V. Exa. estaria contemplado, porque o seu objetivo era alcançar essa finalidade que nós estamos logrando alcançar. Nós estamos buscando tão-somente desonerar a área da Saúde o máximo possível. Nós sabemos que a maioria dos hospitais de Porto Alegre não é tributada, na medida em que são instituições filantrópicas. Ocorre que a tributação acaba incidindo fortemente nas clínicas pequenas, nos ambulatórios e num hospital, em especial, ou em quatro hospitais, em especial, aqueles que compõem o Grupo Hospitalar Conceição. Esses, como trabalham exclusivamente para o SUS, já têm a alíquota de 2%. Então, o reflexo financeiro seria pequeno. Eu ainda abro essa possibilidade, mantenho a posição no sentido de que, se houver a concordância da aprovação da Emenda nº 25 - e para isso, esperaria uma sinalização -, nós transigiríamos, Ver. Cláudio Sebenelo - que é o homem da Saúde -, com relação a essa Emenda, que não seria nada de excepcional, porque, afinal de contas, a maioria dos hospitais de Porto Alegre, como são filantrópicos, já não estão pagando. Então, são as clínicas intermediárias, aquelas instaladas na periferia de Porto Alegre, aquelas que, muitas vezes, não suportam a atuação dos grandes hospitais, e até servem de anteparo para impedir que muitos casos que se resolvem num tratamento ambulatorial tenham de ocupar leitos nos hospitais e, com isso, agravar mais ainda o problema da Saúde. Estou falando de coração aberto, de quem dialogou o tempo todo, de quem louva o trabalho da Secretaria da Fazenda, de quem louva o trabalho do Governo, de quem entende que houve grande capacidade de transigência e de quem está assumindo uma posição de não ser responsável por uma queda na arrecadação nesse imposto, o que seria extremamente nocivo em Porto Alegre. A incidência desse benefício, afinal, se vier a ser concedido, é insignificante dentro do conjunto maior. Eu não estou aqui reivindicando para que se isentem bancos, jogos eletrônicos, cartórios, aos quais nós entendíamos que deveriam ser e vão ser tributados com a alíquota máxima; nós estamos aqui falando de estabelecimentos de Saúde. Todos eles em situação financeira altamente calamitosa, quase fechando as suas portas e qualquer o amparo que vierem a receber da municipalidade será favorável.

Por isso, eu mantenho de pé: se houver a concordância de se aprovar a Emenda nº 25, nós abrimos mão da Emenda nº 18. Caso contrário, vamos ter de ir para o voto e votarmos as duas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 18 ao PLCE nº 009/03, destacada.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, respondendo ao questionamento do Ver. Reginaldo Pujol, nós estamos de acordo com a votação da Emenda nº 25, então, nós vamos aprovar esta Emenda. Esse é o compromisso.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, por solicitação do Ver. Marcelo Danéris, a Emenda nº 18, destacada, ao PLCE nº 009/03. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADA por 03 votos SIM, 21 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.

Em votação o Requerimento da Mesa para reduzir o tempo de encaminhamento para três minutos, somente neste Projeto. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação a Emenda nº 019 aposta ao PLCE nº 009/03, destacada. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda nº 20 aposta ao PLCE nº 009/03, destacada. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação nominal, por solicitação do Ver. Marcelo Danéris, a Emenda nº 21 aposta ao PLCE nº 009/03, destacada. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 14 votos SIM, 12 NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Rejeitada também a Emenda nº 24, que é exatamente o mesmo texto.

Em votação a Emenda nº 25, ao PLCE nº 009/03, destacada. Houve acordo no Plenário para que ela fosse aprovada. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

A Emenda nº 33, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, foi prejudicada pela aprovação da Emenda nº 04.

Emenda nº 34 ao PLCE nº 009/03, destacada, de autoria do Ver. Wilton Araújo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Nós iniciamos, agora, a votação das Emendas de Liderança, correto?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não, a última Emenda destacada é do Ver. Wilton Araújo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Qual é o número?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Emenda nº 34.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: A Emenda nº 34 não é Emenda de Liderança, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sim, é Emenda de Liderança.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, eu pediria a V. Exa. que nos desse alguns minutos para nos organizarmos, agora, porque, com o início da votação das Emendas de Liderança, essas Emendas, todas por serem de Liderança, não foram objeto de Parecer.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Certo, mas nós precisamos votar a Emenda nº 34.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Mas a Emenda nº 34 não é Emenda de Liderança?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): É de Liderança. Está destacada.

Em votação a Emenda nº 34 ao PLCE nº 009/03, destacada, de autoria do Ver. Wilton Araújo. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 34 ao PLCE nº 009/03.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Emenda nº 34 é referente ao Imposto de Transmissão de Propriedade Imobiliária, o ITBI. O que prevê essa Emenda? No meu entendimento ela prevê uma justiça fiscal. Diz a Emenda (Lê): “Em todos os casos de retomada de imóveis por falta de pagamento, quando já tributados na etapa anterior, e quando for renegociado por órgãos governamentais da área da habitação, ou quando a aquisição tenha sido financiada através de instituições financeiras, cooperativas de crédito, cooperativas habitacionais e demais instituições, fica isento de pagar, de novo, o ITBI”. O que acontece? A instituição habitacional faz um contrato de compra-e-venda, paga o imposto de transmissão, e o adquirente desse imóvel não completa o pagamento, não completa a transação imobiliária, e a instituição governamental ou financeira retoma o imóvel e depois o repassa a uma terceira pessoa. A operação é a mesma; não há duas operações. Há uma venda, há uma transação imobiliária e não duas.

O que acontece hoje? É tributado duas vezes. Um caso típico de bitributação. Então, essa Emenda prevê que seja isenta a segunda venda dentro da mesma operação para os imóveis retomados.

Acho que é justa; a justificativa é muito grande. Inclusive, no meu entendimento, a bitributação é inconstitucional e se configura uma injustiça fiscal e também uma injustiça social, porque penaliza o adquirente da sua habitação.

Então, torna isenta a renegociação, a revenda, a negociação posterior da mesma operação imobiliária, sendo necessária essa isenção. Por isso solicito que votem “sim” a essa Emenda.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, a Emenda nº 34, ao PLCE nº 009/03, destacada. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 13 votos SIM e 14 votos NÃO.

Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 16 aposta ao PLCE nº 009/03. (Lê a Subemenda.): “No texto do inciso VIII proposto na Emenda de Relator nº 16, inclua-se a expressão: ‘empresas de serviços temporários’”. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 01.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que essa Emenda pretende? Incluir em uma redução tributária o ramo de empresas de serviços temporários. Por que estou pedindo isso? Porque hoje as empresas pagam 5% sobre o montante do faturamento, ou seja, sobre o montante que inclui o salário da pessoa contratada.

Se eu faço uma fatura por 1.000 reais e pago ao funcionário 900, eu ganho apenas 100 reais, e eu pago 5% sobre o total dos 1.000 reais! Então, é uma injustiça fiscal. Por que estou incluindo serviços temporários? Porque a Revista Você faz, neste mês, um trabalho muito grande sobre os empregos. (Mostra a revista.)

Qual é a nossa grande chaga social hoje? O desemprego. E hoje, quem são os maiores empregadores do nosso País? São as empresas de serviços temporários. Nos Estados Unidos – é o que diz a revista – o maior empregador não é a GM, não é a AT&T; é a ManPower, uma empresa de serviços temporários. Essa é uma tendência que virá para cá e é forte, e nós estamos penalizando as empresas, aumentando o desemprego.

Então, nós só queremos incluir, na Emenda nº 16, já aprovada, o item: Empresas de Serviços Temporários. São as part-time, são todas as empresas que contratam para eventos, para festas de fim de ano, para a Páscoa. Essas empresas estão sendo penalizadas, deixam de contratar, porque o imposto é de 5% sobre a totalidade da fatura, incluindo o salário dos empregados. Nós estamos tributando salário, e isso é injustiça, isso promove o desemprego.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 01 à Emenda nº 16 ao PLCE nº 009/03, destacada.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srs. Vereadores, a Subemenda do Ver. João Carlos Nedel objetiva alterar a Emenda nº 16 que introduziu no Projeto o item VIII do art. 8.º, estabelecendo que os serviços de higiene e limpeza, vigilância ou segurança de pessoas e bens, serviços de portaria e recepção, seriam tributados com 2,5%. Têm aparecido várias emendas como sendo da minha autoria, porque eu era Relator e realmente eu não sou o autor. Essa Emenda, com a Redação que já foi aprovada, Ver. Ervino Besson, foi o concertado pelo segmento, pela categoria, no diálogo com a Secretaria da Fazenda. A Emenda 16 recebeu aprovação unânime da Casa, porque era fruto de um consenso absoluto, e na discussão excluiu-se, por razões técnicas, o chamado serviço temporário. Então, com todo o respeito que tenho pelo Ver. Nedel, que é um homem muito destemido na defesa de seus pontos de vista, eu tenho de, honestamente, declarar por antecipação, que fiel àquilo que eu presenciei, aos acordos que eu coordenei, eu vou votar contrariamente à Subemenda nº 1, já que a redação da Emenda, aprovada por unanimidade da Casa, é fruto de uma ampla negociação com a categoria que envolve os serviços de higiene, limpeza, vigilância, segurança de pessoas e bens, portaria e recepção. É uma explicação simples, tranqüila, já que a atividade exercida pelas empresas de serviços temporários assemelha-se às atividades das empresas prestadoras de demais serviços mencionados no inciso VIII, assim entendemos que essa deve ser enquadrada no mesmo inciso. A expressão “temporária” que aqui quer se colocar é, no nosso entendimento, e como decorrência daquilo que foi ajustado e concertado, absolutamente despiciendo e desnecessário. Era isso, Sr. Presidente, antecipo o meu voto: voto contrário.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, a Subemenda nº 01, à Emenda nº 16 ao PLCE nº 009/03, destacada. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) REJEITADA por 12 votos SIM, 16 votos NÃO.

O Ver. Pedro Américo Leal havia solicitado que se fizesse um registro, não alteraria em nada, mas ele gostaria de dizer que a Emenda nº 21 ele teria votado sim, mas houve um problema no painel. Fica o registro para conhecimento, mas não altera o resultado.

Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 22 ao PLCE 009/03, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, dado o grande número de Emendas que nós já aprovamos hoje, eu não lembro exatamente o número da Emenda que já foi aprovada anteriormente que essa Subemenda proposta pelo Ver. Pedro Américo Leal complementa. Eu diria, até, dentro de um raciocínio simples, para ser bem entendido pelos colegas que, a meu juízo, a Emenda já contemplaria o que está proposto. O que o Ver. Pedro Américo dá, com muita propriedade, é uma clareza absoluta no que se quer. Acho que ela não compromete em nada a Emenda que também foi aprovada por unanimidade aqui da Casa, e a aprovação dessa Subemenda não contaminaria em nada o Projeto, nem os objetivos a que ele busca atingir. Eu, pessoalmente, voto a favor e recomendaria a quem me desse crédito que também o fizesse.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 22 ao PLCE nº 009/03, destacada. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 16 votos SIM e14 votos NÃO.

Em votação nominal, por solicitação do Ver. Marcelo Danéris, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 06 ao PLCE nº 009/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 16 votos SIM e 14 votos NÃO.

Agora, votaremos as Emendas sem parecer e não-destacadas.

Emenda nº 27, ao PLCE nº 009/03, de autoria do Ver. Cassiá Carpes. (Pausa.) Ela foi parcialmente prejudicada; dela resta o Parágrafo Único.

Em votação o Parágrafo Único da Emenda nº 27, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, aposta ao PLCE nº 009/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Elói Guimarães, a Emenda nº 28, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, aposta ao PLCE nº 009/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 23 votos SIM e 2 votos NÃO.

Emenda de Liderança nº 30 ao PLCE nº 009/03, com ressalva do inciso XIII, que foi prejudicado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Essa Emenda não foi prejudicada, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não. Só o inciso XIII foi prejudicado, o restante da Emenda está em votação.

Em votação a Emenda nº 30 ao PLCE nº 00903, com ressalva do inciso XIII. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Emenda nº 31, não-destacada, mas sem Parecer. 

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, existindo a impossibilidade de retirada da Emenda, nós admitimos um erro na grafia e pedimos que seja votada contrariamente à Emenda.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Solicita o Ver. Wilton Araújo que, por um equívoco na grafia da Emenda, seja ela rejeitada.

Em votação a Emenda nº 31 ao PLCE nº 009/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA por unanimidade.

Em votação a Emenda de Liderança nº 32 aposta ao PLCE nº 009/03. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Esta Emenda técnica que é decorrência inclusive de alterações, Ver. Cláudio Sebenelo, no Código Civil Brasileiro, visa a assegurar que as sociedades de profissionais, ao serem formadas, não fiquem à espera de requisitos a serem definidos pelo Executivo para sua classificação.

As sociedades de profissionais são, pelo novo Código Civil, todas de caráter empresarial.

Logo, a supressão do inciso V vincula o Projeto de Lei à legislação atual, criando a obrigação tributária em relação a cada profissional habilitado, independentemente da forma como está associado.

Então, é eminentemente técnico; hoje, no novo Código Civil não há mais as sociedades profissionais, sociedades civis. Não é mais no Cartório de Títulos e Documentos que se registram as empresas. Todas têm de ser registradas na Junta Comercial ou então não serão sociedade. É técnica essa Emenda. Não há nada escondido atrás dela. A nossa tentativa é fazer uma correção absolutamente clara.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação a Emenda nº 32 aposta ao PLCE nº 009/03. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 35, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, aposta ao PLCE nº 009/03. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 35 ao PLCE nº 009/03.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu sei que nós precisamos ter celeridade, já há uma definição no sentido dessa isenção; o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vetou esse dispositivo. O que está-se dando aqui, e o que o Ver. Isaac Ainhorn busca, é dar uma clareza maior nessa isenção, porque já foi vetado, inclusive, na Lei Federal nesse sentido.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Reginaldo Pujol, eu não diria que é apenas um encaminhamento, mas é um encaminhamento inteligente; meus cumprimentos.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris a Emenda nº 35 aposta ao PLCE nº 009/03. (Após a apuração nominal.) APROVADA por 17 votos SIM e13 votos NÃO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, a Emenda nº 36 aposta ao PLCE nº 009/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 17 votos SIM e 12 NÃO.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Uma consulta à Presidência da Mesa, Ver. João Dib, saiu uma convocação para uma reunião de instalação da CPI da Saúde e o meu nome, que havia sido indicado, não consta dessa convocação. Eu queria que a Mesa me explicasse as razões.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Juarez Pinheiro, a decisão tomada pela Presidência, ontem, foi de que seria instalada na forma partidária, e como o Partido de V. Exa. indicou quatro nomes e o último nome indicado era de V. Exa., foi o que foi retirado. No entanto, a Liderança do Partido de V. Exa. poderá fazer a substituição. Nós não podíamos inscrever quatro.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, a decisão, então, foi da Mesa Diretora de retirar o meu nome?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Foi da Mesa Diretora. Aliás, não foi da Mesa Diretora, foi da Presidência.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Era o quarto nome, Ver. Juarez Pinheiro, eu não poderia, de forma nenhuma, retirar um outro nome. Mas alertei a Diretoria Legislativa, que, se a Liderança de V. Exa. quisesse alterar, poderia. Como eu precisava fazer a instalação, eu não tinha outra maneira. E, hoje de manhã, eu não consegui contatar com a Liderança de Vossa Excelência.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Vossa Excelência. já declarou que estava instalada a Comissão aqui, alto e bom tom. Agora, a convocação que saiu não obedeceu ao prazo de 48 horas, porque ela foi distribuída hoje à tarde. Então, nós solicitamos que, de acordo com o Regimento, haja o prazo estabelecido de 48 horas para a convocação da primeira reunião da CPI.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu não quero duvidar de V. Exa., que eu já disse, várias vezes, é o meu assessor jurídico.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: E V. Exa. é meu amigo e meu Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Honestamente, eu não sei.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: A primeira reunião foi convocada hoje de tarde, para amanhã, não há o período de 48 horas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu creio que possa, mas eu vou fazer uma consulta, não estou duvidando de V. Exa.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu queria, antes de encerrar a Sessão, Sr. Presidente, que isso fosse deliberado, porque, amanhã não temos Sessão, não temos reunião da Comissão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu verificarei com a Diretoria Legislativa.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Apenas para completar a intervenção e não dialogar mais. V. Exa. já...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Isaac Ainhorn.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Isaac Ainhorn, um pouco de respeito.

Sr. Presidente, V. Exa. já disse estar instalada a CPI, então, não há de se cogitar da instalação. Agora, são reuniões da Comissão e o Vereador, se obedecer ao prazo de 48 horas, que é designado no caso de convocação de Comissões, que se aplique o mesmo que o Plenário, hoje de tarde, que distribuiu uma convocação para a reunião amanhã. Então, isso, além de não ser regimental, não encaminha bem um processo que é importante e de convocar à socapa, ou seja, de uma hora para outra.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu já disse a V. Exa. que eu vou examinar junto à Diretoria Legislativa e o Regimento Interno se há a necessidade do interregno, se há a necessidade de tempo.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Por último, o Requerimento seria – o Ver. Cláudio Sebenelo está aqui – que não se instalasse amanhã, para não haver esse problema, essa controvérsia, que ele convocasse, então, para segunda-feira, mas não fizesse isso amanhã, porque há essa controvérsia. Eu acho que seria de bom alvitre que já não iniciássemos essa primeira reunião com essa questão. O Vereador está aqui, acho que ele pode compor isso, Sr. Presidente, independentemente de avaliação regimental.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa não interferirá. Se, no entanto, o Ver. Cláudio Sebenelo desejar assim, a Mesa entende que é o correto. A decisão, agora, é constituir a Comissão e que seja encaminhado pela Presidência e pela própria Comissão.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu gostaria de ouvir a Diretoria Legislativa, no sentido de que tem de ter 48 horas... Eu também não vi o que diz o Regimento. É necessário?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Esse era o posicionamento da Mesa e assim nós faremos, mas, de qualquer forma, está tudo muito bem.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu me submeto ao Regimento.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2002/02 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 122/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre o licenciamento do comércio e prestação de serviços de produtos ópticos e afins no Município de Porto Alegre. (desarquivado pelo Ver. Beto Moesch) Com Emenda n.º 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela rejeição do Projeto; pela aprovação da Emenda n.º 01;

- da CEFOR. Relator Ver.Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação da Emenda n.º 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 08-12-03;

- parecer da CEDECONDH distribuído em 10-12-03;

- reincluído na Ordem do Dia em 11-12-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº 122/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Valdir Caetano, o PLL nº 122/02. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADO por 22 votos SIM, pela unanimidade.

Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 122/02. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Há um Parecer conjunto para ser votado pelas Comissões. O Parecer é do Ver. João Carlos Nedel. Pela aprovação votam as Comissões de Constituição e Justiça, Orçamento e Finanças, CUTHAB, Comissão de Defesa do Consumidor e Comissão de Saúde e Meio Ambiente.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h53min)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 18h57min): Estão reabertos os trabalhos.

Pergunto aos Srs. Vereadores se há algum acordo para votação de mais algum Projeto.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): O Presidente iria fazer uma consulta relativamente à necessidade de um prazo para a convocação da reunião de amanhã da CPI da Saúde. Eu estou aguardando uma posição. Pediria, Presidenta, que Vossa Excelência consultasse o Ver. Sebenelo se não é possível um acordo para fazer a convocação para segunda-feira.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Mesa pergunta ao Ver. Sebenelo sobre a possibilidade de se estabelecer um acordo, uma vez que há essa questão ainda não respondida.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: O Ver. Sebenelo responde à Mesa: ilustre Ver.ª Maria Celeste, o Ver. Juarez Pinheiro disse que tem de ter um interregno de 48 horas do anúncio – aliás, foi anunciado várias vezes já. Acontece que eu não encontrei no Regimento essas 48 horas. Se me provarem, evidentemente, que eu passo para segunda-feira. É só me mostrar a letra do Regimento que eu volto atrás.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sra. Presidenta, eu quero dizer a Vossa Excelência que um direito nunca pode ser levado ao absurdo. Se não tivermos estipulado um tempo mínimo de convocação, poder-se-á furtar, inclusive, a presença dos integrantes de uma Comissão. Não é possível que se convoque num dia de tarde para o outro dia de manhã. Há uma regra de bom-senso que, minimamente, precisa ser observada pelos Vereadores. Como é que vai-se convocar um coletivo de 11 – já ilegal, porque não deveria ser isso – e, além de tudo, convocar pela tarde para o outro dia de manhã? Então, eu faço um apelo, Vereador, até por uma interpretação, por analogia ao art. 211 do Regimento, de que haja bom-senso e de que se faça a interpretação correta das disposições regimentais com fulcro no art. 211, logicamente, por analogia.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sra. Presidenta, em função de o Vereador não ter dito qual o artigo, lido o artigo que veta em menos de 48 horas, havendo uma convocação nesta Casa, e tendo em vista que segunda-feira nós temos reunião toda manhã e toda tarde e depois se encerra o ano legislativo, fica convocada para amanhã, às 15 horas – hoje, antes da 15 horas já tinha sido distribuída a convocação, quer dizer que com mais de 24 horas de antecedência. Portanto, não há nenhum outro motivo para transferir uma reunião que precisa ser instalada. Segunda-feira de manhã há convocação extraordinária, e à tarde há funcionamento normal da Câmara com Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Câmara não encontra, realmente, amparo no Regimento para negar a convocação da Sessão para amanhã às 15 horas, depende apenas da própria Comissão, essa é a regra do bom-senso. A Mesa não tem como contrariar a decisão da Comissão.

 

 O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Se não tiver ninguém amanhã, a reunião será transferida por falta de quórum. Eu prefiro falta de quórum a me ganharem no grito, aqui, dizer assim: “Olha, segundo o Regimento, é isso”. Está mantida a reunião.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Presidente, senti-me desrespeitado agora, ninguém quis ganhar no grito. Eu citei um artigo do Regimento, não quis ganhar de ninguém no grito. Conversei fraternalmente com meu amigo, Ver. Cláudio Sebenelo. Vim aqui e fiz uma Questão de Ordem, citei um artigo e pedi que, por analogia, ele fosse considerado. Não quis ganhar de ninguém no grito! Não é do meu jeito ganhar no grito.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, nós entendemos que a colocação de V. Exa. sempre é de jurista e eu o respeito profundamente, V. Exa. sabe disso. Até porque eu o consulto muitas vezes, nem seria de forma diferente. Se V. Exa. fosse agressivo, eu não o faria.

Neste momento a Mesa declara encerrada a Sessão do dia de hoje e convoca os Srs. Vereadores para a próxima segunda-feira, em Sessão Extraordinária, às 9h30min para discussão e votação final do Regimento Interno que deverá reger os destinos da Casa no ano de 2004. Saúde e paz!

 

(Encerra-se a Sessão às 19h03min.)

 

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